O Governo e particularmente Bagão Félix referem
sistematicamente que estes afrontamentos aos direitos dos
trabalhadores se justificam como combate ao absentismo.
Tentando iludir causas e responsáveis mete-se no mesmo
saco as ausências ao trabalho por maternidade e paternidade,
as devidas a acidentes de trabalho e a doenças profissionais,
as provocadas por doença, as decorrentes do exercício
de actividade sindical e das CTs, etc..
Classificar de absentista uma trabalhadora que goze de licença
de maternidade ou um trabalhador vitimado por um acidente
de trabalho revela a “face humanista” de Bagão
Félix e seus parceiros governamentais.
Do mesmo modo, falar de recordes de absentismo exigiria demonstração
e rigor. O Governo sabe que não há dados comparativos
inclusive em relação à União Europeia.
O pouco que se sabe é que a taxa de presença
dos trabalhadores nas empresas (segundo os balanços
sociais) aumentou de 92,5% para 93,8% em 1999, que a despesa
com o subsídio de desemprego se reduziu não
só em termos relativos (passou de 6,1% no total das
despesas correntes em 1996 para 4% em 2001) mas também
em termos absolutos (de 93,8 milhões de contos para
89,9 nestes mesmos anos).
E os trabalhadores sabem o que custa a falta ao trabalho
por doenças resultantes dos ritmos e condições
de trabalho violentas devido a ultrapassados métodos
de produção, os acidentes de trabalho; e as
mulheres, em particular, sentem as consequências de
inexistência de creches e outras estruturas sociais,
a descoordenação dos transportes.
Para o Governo PSD/CDS-PP a culpa é sempre de quem
trabalha!
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