Estatística auxiliar
Está reconhecido por todas as forças sociais e políticas que um dos grandes problemas do Serviço Nacional de Saúde é a grave carência de profissionais de saúde, nomeadamente, Enfermeiros e Médicos.
Há muito que as diferentes entidades representativas destes profissionais têm desenvolvido iniciativas junto dos sucessivos governos com o objectivo de que fossem tomadas medidas que conduzissem ao efectivo aumento de profissionais de Enfermagem e Medicina.
Pelo contrário, as políticas de sucessivos governos levaram à redução do número de alunos de enfermagem e mantiveram o “
numerus Clausus” no acesso às Faculdades de Medicina e às Escolas Superiores de Enfermagem.
A manter-se esta situação põe-se em causa a prestação de cuidados de saúde, agravando as dificuldades das populações quanto ao acesso a esses mesmos cuidados.
A evolução tecnológica, o desenvolvimento das políticas de prevenção da doença e de promoção da saúde, a construção de mais unidades hospitalares e centros de saúde exigem recursos humanos em quantidade e qualidade.
Cabe às instituições públicas de formação em saúde os maiores desafios e compete ao Governo tomar as medidas políticas eficazes, junto dessas entidades, para que se recupere o atraso da formação na área da saúde, sem por em causa a qualidade.
Considerando que:
- é inadmissível que 767 alunos com notas superiores a 17 valores não tenham sido admitidos nas Faculdades de Medicina ( a somar aos 2885 de 1997 e 1998) e que tenham aumentado apenas em 5 (cinco) o número de vagas para o ano lectivo de 1999-2000;
- que em 1999 se prevê a necessidade de 9578 enfermeiros e que no período de 2004-2006 se prevêem necessidades de 11.000 a 12000, é inadmissível que, para o ano lectivo de 1999-2000, o número de vagas de acesso a enfermagem tenha reduzido 109 lugares;
- que o número de diplomados não chega para suprir as vagas libertas por aqueles que, entretanto, se aposentam e se aposentarão nos próximos anos,
O Grupo Parlamentar do PCP propõe a seguinte Resolução:
“
A Assembleia da República recomenda ao Governo que, em colaboração com as instituições públicas que intervêm nesta área, ponha em prática um plano de emergência para o aumento de formandos nas profissões da saúde, de forma a garantir os recursos necessários à prestação de cuidados de saúde à população Portuguesa.”
Assembleia da República, 16 de Dezembro de 1999
Os Deputados
Estatística auxiliar
Médicos/lugares públicos |
n.º |
% |
Ocupados |
14865 |
54,3 |
Vagos |
12511 |
45,7 |
Total |
27376 |
100% |
Enfermeiros/lugares públicos |
n.º |
% |
Ocupados |
24576 |
69,2% |
Vagos |
10939 |
30,8% |
Total |
35515 |
100% |
Evolução etária dos actuais médicos do SNS
|
1995 |
2005 |
2015 |
35-44 anos |
53,7% |
- |
- |
45-54 anos |
27,5% |
53,7% |
- |
> 55 anos |
13,7% |
41,2% |
94,9% |
Projecção da renovação dos médicos no SNS
|
1995 |
2005 |
2015 |
médicos > 55 anos(a) |
3147 |
9466 |
21804 |
lugares vagos no SNS |
12511 |
12511(b) |
12511(b) |
novos médicos |
500(b) |
5000(c) |
10000(c) |
saldo |
- |
-16977 |
-24315 |
(a) Idade considerada para a aposentação dos médicos ou em que pelo menos há grande restrição de actividade.
(b) Considerando os lugares vagos existentes em 1995 e que é preciso preencher.
(c) Considerando o ritmo actual de diplomados/ano e de novas entradas para as faculdades de medicina.