Intervenção
de Carlos Carvalhas
Secretário-geral do PCP
na abertura da 26ª Festa
do «Avante!»
Atalaia, 6 de Setembro de 2002
Hoje é para todos nós um dia de grande alegria
e de grande emoção. Damos início formalmente
à grande festa do povo e da juventude, a Festa do «Avante!».
Já houve anos em que a poucos dias da abertura estávamos
com o coração nas mãos com os atrasos
que ainda se verificavam mas que sempre acabavam por ser superados.
Este ano, no penúltimo fim de semana antes da abertura
da nossa Festa, os trabalhos preparatórios já
estavam adiantados e muito mais adiantados do que, por exemplo,
no ano passado, Isto tem significado. A participação
que se verificou é uma resposta aos que gostariam que
o PCP estivesse apático, desmotivado e desmobilizado
e é um sinal importante e demonstrativo do empenhamento,
da generosidade, do trabalho militante, da consciência
política, da forma como os comunistas sentem e vivem
o seu Partido, da presença crescente da juventude e
da JCP, que daqui saudamos, bem como a todos os jovens que
no comboio especial partiram do norte e centro do país.
Mas a nossa Festa, é também um testemunho marcante
das raízes do nosso Partido, das suas características,
da sua determinação e da confiança que
encara o futuro.
Por isso, nesta abertura da Festa do «Avante!»
permitam-me que, saudando os construtores da Festa saúde
também todos os militantes do nosso Partido, os militantes
anónimos que sem o palco e o estrelato difundem o «Avante!»,
organizam a resistência, levam a voz do Partido aos
locais de trabalho, desmascaram a política de direita,
estão na primeira fila da luta nos sindicatos e nos
diversos movimentos sociais e de cidadania, dinamizam a iniciativa
política e contribuem com a sua reflexão e proposta
para o acerto da linha política do Partido.
Para os construtores da Festa, para os homens, mulheres e
jovens que ergueram e deram forma a este belo espaço
da Atalaia e a todos os militantes que dão vida a este
Partido vão as nossas palavras de saudação
e de gratidão.
Esta Festa que é a maior realização
político-cultural do nosso país só é
possível pelo trabalho militante, pelas muitas horas
de trabalho voluntário aqui contabilizadas e pelo entusiasmo
e a fraternidade com que os diversos trabalhos são
executados, com a assinalável e sempre peculiar participação
da juventude e dos membros da JCP.
A Festa é um local de convívio, espaço
de lazer e de cultura mas é também, espaço
de solidariedade internacionalista – e permitam-me que
aqui sublinhe este ano, um monumento à Palestina –
de debate e de intervenção política num
quadro de uma grande ofensiva contra direitos e valores consagrados
com o 25 de Abril.
A direita está arrogante e quer avançar rapidamente
com a contra-reforma da segurança social, com a desvalorização
dos serviços públicos e da escola pública,
com a alteração da legislação
laboral no sentido de liquidar direitos e intensificar a exploração.
Quer passar a factura de uma política errada e injusta
para os mesmos de sempre, ao mesmo tempo que vai concedendo
benesses ao capital financeiro. E tudo isto com doses maciças
de demagogia, de palavras doces para encobrir uma política
retrógrada e socialmente injusta. Mas é também
uma política que no plano económico vai agravar
as dificuldades do país e acentuar os factores recessivos
com graves repercussões no aparelho produtivo e no
domínio do capital estrangeiro.
É necessário desmascarar e dar combate a estas
políticas que não servem nem o povo nem o país.
Os trabalhadores, o povo e a juventude podem contar com este
partido, o Partido Comunista Português, partido de luta
e de proposta, que não se resigna, que não se
conforma, que não vira as costas às dificuldades.
Nesta nossa Festa em que o principal traço é
de um grande e tocante encontro humano, cheio de emoção
e de afectos sublinha-se o papel do trabalho, da criação,
da generosidade e da solidariedade, da beleza, da arte e da
cultura, onde a juventude se afirma com uma significativa
presença, como uma força insubmissa de renovação,
de esperança e de futuro e onde se afirmam as raízes
populares do PCP e a actualidade e vitalidade dos nossos valores
e do nosso projecto.
Que a Festa seja uma grande Festa!
Sairemos dela com mais energia voltados para a vida e para
o futuro certos de que a luta continua.
Viva a Festa do «Avante!»
Viva o PCP!
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