Clientelismo PSD



link para o clientelismo seguinteDurante os governos de Cavaco Silva, o clientelismo alargou-se muitíssimo. Por todo o lado, ser PSD era um diploma muito apreciado para nomeações e ocupação de outros empregos. Como é natural, muitos foram os oportunistas que acorreram a esse partido e foram contemplados.
O clientelismo é, evidentemente, uma característica ou uma prática profundamente antidemocrática. Quem conhece a situação na Madeira, onde o PSD governa quase desde sempre, tendo à sua frente um verdadeiro autocrata, populista e habilidoso, sabe bem as consequências políticas de um clientelismo que se estende por toda a região autónoma.
Não há muito tempo, o actual líder do PSD na Assembleia da República, Marques Mendes, disse que, no tempo do Governo de Cavaco Silva, "nem sempre o cartão laranja foi critério para as nomeações" (Público, 19/3/98). Arrependeu-se, naturalmente, de ter dito uma verdade ou uma afirmação próxima da verdade (talvez o nem esteja a mais) e emendou para "nunca esse critério foi utilizado". Houve risos, claro...
Quando o PSD começou a pensar que perderia o Governo, assistiu-se a uma verdadeira corrida às nomeações de modo a preencher com membros do PSD todos os lugares que ainda era possível ocupar.
Na sua propaganda para as eleições, o PS não deixou de se referir a esta característica do PSD e afirmou que não seguiria tal prática. E houve quem acreditasse...
Muitos, porém, pelo contrário, pensavam que o PS, afastado do Governo há longos anos, tinha nas suas fileiras muitos que estavam ansiosos por uma vitória eleitoral, não para melhorar os problemas do nosso Povo, mas para melhor resolverem os seus problemas pessoais, as suas ambições.


«O Militante» Nº 235 - Junho / Agosto - 1998