Campanha Nacional de Fundos Uma tarefa de todo o Partido |
Num ano de intensa actividade política em que avulta a luta contra a desastrosa política de direita do Governo do PS, assim como outras iniciativas de grande importância política, como sejam as comemorações do 80.º Aniversário do Partido, dos 70 anos da publicação do Avante! do Dia Internacional da Mulher, do 25 de Abril, da jornada do 1.º de Maio, da 25ª edição da Festa do Avante!, o Partido lançou esta Campanha Nacional de Fundos por absoluta necessidade de assegurar o financiamento da campanha eleitoral para as eleições autárquicas, a realizar em Dezembro do ano em curso.
Para o êxito desta Campanha torna-se necessário inseri-la na actividade partidária de todos os dias e envolver nela todos os militantes do Partido. A experiência doutras campanhas mostra-nos que isto é possível desde que saibamos integrar as iniciativas da Campanha nas tarefas do dia a dia como um trabalho regular do Partido e não como uma tarefa separada da actividade normal das Organizações partidárias.
O PCP, como Partido revolucionário da classe operária e de todos os trabalhadores, existe para defender, no dia a dia, os interesses dos explorados e oprimidos a par da luta mais geral pela construção duma sociedade livre da exploração do homem pelo homem, a sociedade socialista. Conta para isso, fundamentalmente, com o apoio dos principais interessados nesses objectivos - os trabalhadores.
É sabido que no quadro institucional actual, o PCP é, de entre todos os partidos, o único cujas receitas resultam, fundamentalmente, das quotizações e contribuições dos seus militantes e das ajudas e apoios dos seus simpatizantes, assim como das inúmeras iniciativas de massas, tais como a presente Campanha Nacional de Fundos.
Para o êxito desta tarefa é necessário que cada organização (incluindo os organismos de Direcção Central e organismos responsáveis por áreas de trabalho específico do Partido) e cada militante proceda ao estudo das iniciativas a levar a cabo e defina as metas que através delas se propõe alcançar.
É também importante que a discussão e programação da Campanha seja seguida da distribuição das tarefas correspondentes, assim como da formação de comissões adequadas ao acompanhamento e controlo de execução das tarefas e do cumprimento das metas assumidas.
É de ter em conta que a Campanha de Fundos para as eleições autárquicas tem uma dinâmica própria, com formas de organização e iniciativas adequadas aos objectivos destas eleições.
Nestas eleições trata-se de eleger os representantes das populações locais para os órgãos do Poder Local, facto que interessa, em primeiro lugar, às populações locais. Logo, a Campanha de Fundos tem de orientar-se no sentido de motivar o eleitorado local afecto à CDU, através da acção política dos militantes do Partido, a dar o seu apoio financeiro à luta pelos objectivos políticos concretos a alcançar pelo Partido e pela CDU.
Daí poder concluir-se que a meta global da Campanha Nacional de Fundos tem de desdobrar-se em metas locais, em consonância com as listas apresentadas ao eleitorado. Isto significa que cada organização - concelhia, de freguesia (ou mesmo de bairro ou de zona nos grandes centros populacionais) - tem de organizar e levar a cabo a sua própria campanha de fundos, definindo metas que possam cobrir o valor dos custos orçamentados para todas as fases da campanha eleitoral. Neste tipo de trabalho é de grande importância a acção individual dos próprios candidatos junto do eleitorado, procurando não só o seu apoio político como também o necessário apoio financeiro.
Neste sentido, é importante que todas as iniciativas políticas programadas (centrais, regionais e locais) ao longo dos meses da pré-campanha e da campanha eleitoral tenham sempre em conta a existência da Campanha de Fundos e prevejam formas adequadas à sua inserção nessas mesmas iniciativas, na certeza de que isso contribuirá quer para o resultado político, quer para o resultado financeiro.
Na organização e programação das iniciativas da Campanha de Fundos, para além dos materiais centrais disponíveis (cartazes, cupons, listas, etc.), é importante que cada organização e cada militante, baseado na experiência geral do Partido e também nas experiências locais, dê livre curso ao seu espírito criativo na elaboração e execução de iniciativas próprias.
As iniciativas de massas
Ao longo dos oitenta anos da sua existência, que este ano se comemoram, o nosso Partido acumulou uma rica experiência no que se refere à obtenção do apoio financeiro dos trabalhadores, das massas populares e de outras camadas da população, à sua acção em defesa das reivindicações e das lutas, sempre difíceis, dos explorados e oprimidos pelas classes dominantes. No Portugal Democrático, conquistado com a revolução de Abril, este panorama não se alterou substancialmente.
O PCP, como verdadeiro e único Partido revolucionário da classe operária e de todos os trabalhadores, vive, em primeiro lugar (como o provam as contas que, por lei, somos obrigados a apresentar anualmente ao Tribunal Constitucional), do apoio regular dos seus militantes e simpatizantes, assim como das muitas iniciativas de massas que por todo o país são levadas a cabo. A actual Campanha Nacional de Fundos é disso um exemplo, assim como a realização anual da Festa do Avante! que, além do interesse político e financeiro que representa para o Partido, adquiriu já, por mérito próprio, o estatuto de uma iniciativa cultural ímpar de interesse nacional.
É aconselhável que os responsáveis pela Campanha de Fundos tenham em conta a rica experiência do Partido a nível nacional, a qual aconselha a inserção da Campanha, com iniciativas próprias, nas tradicionais festas locais, nos mercados e feiras, nos locais públicos de férias e de repouso, nas praias e no campo, em termos adequados. Isto, para além de outras iniciativas, tais como sorteios, excursões, passeios e visitas colectivas de carácter cultural e turístico, combinados eventualmente com almoços, lanches, piqueniques e jantares de confraternização, não esquecendo a existência de listas para a recolha de contribuições nos locais de trabalho e de residência.
As contribuições individuais
Sendo aconselhável que o eixo da Campanha esteja virado para as iniciativas de massas, como é tradicional no Partido, a experiência aconselha, também, a não subestimarmos a importância da obtenção de contribuições individuais mais avultadas, provenientes de abordagens a personalidades, simpatizantes com a acção e a coerência política do PCP, que, ainda que situados em quadrantes políticos os mais diferenciados, reconhecem no PCP uma força política necessária, indispensável e insubstituível na luta em defesa das conquistas democráticas do Portugal de Abril. Para este fim é aconselhável a utilização dos cupons existentes a nível central com valores faciais variados.
Isto tem tanto mais força quanto é certo que se assiste a uma ofensiva concertada, por parte das forças reaccionárias do grande capital e do imperialismo, com a activa colaboração do PS e do seu Governo, visando esvaziar de conteúdo, descaracterizar e liquidar, por todas as formas, incluindo o recurso à engenharia eleitoral mais cínica e enviesada, o regime e as conquistas democráticas saídos do Portugal de Abril.
Nesta área, devemos proceder ao esclarecimento político dos membros do Partido que manifestam incompreensões ou retraimento em levar a cabo este tipo de iniciativas. Para além do seu interesse material, tais iniciativas permitem alargar a influência política do Partido junto de camadas sociais que importa atrair como aliadas, em apoio da luta que travamos e das soluções que preconizamos para os mais diversos e complexos problemas da sociedade portuguesa actual.
Dar força à Campanha Nacional de Fundos Uma tarefa de todos e de todos os dias!
«O Militante» - N.º 252 - Maio/Junho 2001