Máximas e Reflexões
economia política

Filosofia II

"... e sucede no corpo político com a falta de dinheiro o mesmo que sucede no corpo físico com a falta de sangue. Sem dinheiro e sem comércio poderão viver os homens - mas da mesma sorte que vivem os índios no Brasil e os negros em África: dos frutos rústicos e naturais, mas sem sociedade civil, que é o que os distingue das feras."
Duarte Ribeiro de Macedo, Sobre a introdução das artes (1675).

"Esses insectos viviam como os homens e executavam em ponto pequeno todas as nossas acções: faziam tudo o que fazem os burgueses, a gente fidalga e a gente de toga (...) Em todos os ofícios e condições havia intrujice, nenhum estado social era destituído de impostura. A fonte de todos os males, a cupidez, esse vício mau, funesto, reprovado, estava submetida à prodigalidade, esse pecado nobre; ao passo que o luxo dava trabalho a um milhão de pobre gente."
Bernard Mandeville, A fábula das abelhas (1705).

 

 

"Enquanto não há propriedade não pode haver Estado, cuja finalidade é precisamente defender a riqueza e proteger os proprietários contra os pobres."
Adam Smith, Conferências sobre a justiça (1762-1763; ed. de 1896).

 

 

"Resuma-se em quatro palavras o pacto social dos dois estados: Precisais de mim porque eu sou rico e vós sois pobre; façamos pois um acordo entre nós: eu permitirei que tenhais a honra de me servir, na condição que me dareis o pouco que vos resta pelo trabalho que eu tiver em comandar-vos."
Jean-Jacques Rousseau, Discurso sobre a economia política (1755).

"É apenas a relação social determinada entre os próprios homens que toma aqui para eles a forma fantasmagórica de uma relação de coisas. Assim, para encontrarmos uma analogia temos de escapar-nos para a região nevoenta do mundo religioso. Aqui, os produtos da cabeça humana parecem figuras autónomas, dotadas de vida própria e estando em relação entre si próprias e com os homens. O mesmo se passa no mundo das mercadorias com os produtos da mão humana. Chamo a isto feiticismo, que se cola aos produtos de trabalho logo que eles são produzidos como mercadorias e que, por isso, é inseparável da produção de mercadorias."
Karl Marx, O Capital, livro I, cap. I (1867).

" (...) entendo por economia política clássica toda a economia desde W. Petty que investiga a conexão interna das relações de produção burguesas, em oposição à economia vulgar, que apenas vagueia no interior da conexão aparente (...)."
Karl Marx, Ibid.


«O Militante» - N.º 247 - Julho/Agosto 2000