Máximas e Reflexões economia política |
Filosofia II
"... e sucede no corpo
político com a falta de dinheiro o mesmo que sucede no corpo
físico com a falta de sangue. Sem dinheiro e sem comércio
poderão viver os homens - mas da mesma sorte que vivem os índios
no Brasil e os negros em África: dos frutos rústicos
e naturais, mas sem sociedade civil, que é o que os distingue
das feras." Duarte Ribeiro de Macedo, Sobre a introdução das artes (1675). "Esses insectos viviam como os homens e executavam em ponto
pequeno todas as nossas acções: faziam tudo o que
fazem os burgueses, a gente fidalga e a gente de toga (...) Em todos
os ofícios e condições havia intrujice, nenhum
estado social era destituído de impostura. A fonte de todos
os males, a cupidez, esse vício mau, funesto, reprovado,
estava submetida à prodigalidade, esse pecado nobre; ao passo
que o luxo dava trabalho a um milhão de pobre gente." |
"Enquanto não há propriedade não pode
haver Estado, cuja finalidade é precisamente defender a riqueza
e proteger os proprietários contra os pobres."
"Resuma-se em quatro palavras o pacto social dos dois estados:
Precisais de mim porque eu sou rico e vós sois pobre; façamos
pois um acordo entre nós: eu permitirei que tenhais a honra
de me servir, na condição que me dareis o pouco que
vos resta pelo trabalho que eu tiver em comandar-vos." |
"É apenas a relação social determinada
entre os próprios homens que toma aqui para eles a forma
fantasmagórica de uma relação de coisas. Assim,
para encontrarmos uma analogia temos de escapar-nos para a região
nevoenta do mundo religioso. Aqui, os produtos da cabeça
humana parecem figuras autónomas, dotadas de vida própria
e estando em relação entre si próprias e com
os homens. O mesmo se passa no mundo das mercadorias com os produtos
da mão humana. Chamo a isto feiticismo, que se cola aos produtos
de trabalho logo que eles são produzidos como mercadorias
e que, por isso, é inseparável da produção
de mercadorias." " (...) entendo por economia política clássica
toda a economia desde W. Petty que investiga a conexão interna
das relações de produção burguesas,
em oposição à economia vulgar, que apenas vagueia
no interior da conexão aparente (...)." |
«O Militante» - N.º 247 - Julho/Agosto 2000