Campanha
dos 250 mil contos
Uma tarefa de todo o Partido!
Jaime Serra
Membro da Comissão Administrativa e Financeira
Está em marcha a Campanha Nacional para a
recolha de 250 mil contos até finais de Outubro do ano em
curso, decidida pelo Comité Central, para fazer frente aos
elevados custos financeiros que nos vão ser impostos pela
realização, em 1999, de duas campanhas eleitorais, para o
Parlamento Europeu e para a Assembleia da República. Esta
Campanha insere-se também no combate pela mudança política e
pelo fortalecimento do Partido.
É uma tarefa de grande fôlego e de grande responsabilidade,
quer pelo volume da verba em causa, a mais elevada até hoje
proposta para qualquer Campanha de Fundos, quer pelo curto
espaço de tempo de que dispomos para a levar a cabo,
relativamente a campanhas anteriores.
Como compatibilizar a Campaha com as demais tarefas do Partido
Num período de intensa actividade política, em que o Partido e
cada uma das suas organizações, para além da preparação dos
referidos actos eleitorais, tem pela frente outras tarefas de
grande importância política, como sejam as comemorações
do 78.º Aniversário do Partido, do Dia Internacional
da Mulher, dos 25 anos do 25 de Abril e da jornada
do 1.º de Maio, para além do trabalho de todos os dias de
apoio às reivindicações e às lutas dos trabalhadores e das
massas populares, a grande questão que se coloca é a de como compatibilizar
tudo isto com a Campanha dos 250 mil contos.
A nosso ver, a única forma consiste em integrar a Campanha
em todas essas tarefas. Compatibilizá-la, no dia a dia, com o
trabalho regular do Partido e não como uma tarefa a mais
que vem perturbar esse trabalho.
Assim, e apenas como exemplo, a experiência diz-nos que todas ou
quase todas aquelas efemérides, podem proporcionar a
realização de actos comemorativos em que o apelo à
contribuição dos democratas presentes para a Campanha de Fundos
do Partido se enquadre perfeitamente naqueles actos.
Por outro lado, pelo que sabemos, várias organizações
projectam realizar no decorrer deste período a sua Assembleia,
como já o fizeram, entre outras, as Organizações Regionais de
Lisboa e de Setúbal. Aqui está, a nosso ver, uma óptima
oportunidade para, no decorrer da preparação e da realização
de tais Assembleias, dinamizar a Campanha, integrando-a no
conjunto das outras tarefas e definindo, no concreto, as formas
mais adequadas para o fazer.
Um Partido de massas, que vive com o apoio das massas
Ao contrário dos partidos da burguesia que existem para servir
os interesses dessa classe e por isso têm dela todo os apoios de
que precisam, incluindo o apoio financeiro abertamente
proporcionado por empresas capitalistas (e aqui inclue-se o
Partido Socialista, o único partido parlamentar que ainda hoje
pretende consagrar esses apoios na própria Lei de
financiamento dos partidos políticos), o PCP, como partido
dos trabalhadores, que existe para defender os seus interesses e
apoiar a sua luta pela construção duma sociedade livre da
exploração do homem pelo homem, dispõe, fundamentalmente, do
apoio desses mesmos trabalhadores e das massas populares.
Ao longo dos 78 anos da sua existência, o PCP viveu sempre, no
fundamental, do apoio dos seus militantes e simpatizantes assim
como das massas trabalhadoras em geral, como o demonstram as
muitas listas que ao longo da clandestinidade foram publicadas
com as Contribuições de amigos do Partido.
Como exemplo, junta-se na página anterior, o fac-simile
de uma destas listas publicada como suplemento do Avante!
Nº 34, de Janeiro de 1967.
No que se refere aos dias de hoje, o PCP é o único partido
cujas receitas resultam, fundamentalmente, das quotizações dos
seus militantes e das contribuições dos seus simpatizantes,
assim como das inúmeras iniciativas de massas que se realizam
aos mais diversos níveis por todo o País, de que a Campanha dos
250 mil contos é o melhor exemplo.
Ganhar todo o Partido para a Campanha e virá-la para as massas
Para o êxito da Campanha dos 250 mil contos, para o
cumprimento da meta nacional e das metas sectoriais, é imperioso
ganhar todo o Partido, cada organização e cada militante, para
levar as iniciativas com ela relacionadas para fora do Partido.
Estas iniciativas exigem dos seus organizadores um espírito
criador e inovador que, beneficiando do facto, já hoje
geralmente reconhecido, de que o PCP é uma força política
necessária e insubstituível no quadro da vida política
nacional, tenha em conta o meio social a que se dirige e as
pessoas em concreto que se pretendem cativar para darem o seu
contributo para a Campanha dos 250 mil contos.
A Jornada Nacional de apoio à Campanha, a realizar de
25 a 28 de Março, constituirá certamente um enorme contributo
para a sensibilização de todo o Partido para esta grande
tarefa.
Como materiais de apoio central à Campanha existem cupons
de diversos valores faciais, a partir de mil escudos, assim como
listas para a recolha de contribuições, mesmo as mais
modestas.
Para além disto, fica uma larga margem para a iniciativa
criadora das diversas organizações promoverem acções de
recolha de fundos para a Campanha que considerem mais adequadas
ao meio social em que inserem a sua actividade partidária.
As contribuições mais elevadas que muitos militantes e
simpatizantes do Partido sempre se dispôem a dar neste tipo de
campanhas, quando solicitados para isso, são sempre bem vindas e
devem ser devidamente valorizadas pelo que representam
politicamente e pelo que pesam na ajuda material ao Partido, mas
seria um erro subestimar as contribuições mais modestas que
resultam das iniciativas de massas, tais como os convívios,
as festas populares e iniciativas culturais, assim como a recolha
de contribuições em listas, as iniciativas de porta a
porta e as campanhas de rua.
Este tipo de iniciativas traduzem a ligação do Partido com as
massas e contribuem para o fortalecimento desta ligação, assim
como para o fortalecimento orgânico do Partido.
A Campanha dos 250 mil contos está em marcha. Do seu êxito,
para além do mais, depende muito a real possibilidade de
fortalecer a influência do Partido na vida política nacional
através dum bom resultado eleitoral nas próximas eleições
para o Parlamento Europeu e para a Assembleia da República!