Visão II



Nem tudo o que na Visão se publica tem as características apresentadas na Visão I. Embora tocado pela "onda de mudança", o jornalista Pedro Rolo Duarte publica um artigo que titula: "Ai de nós sem o PC...". Registamos três passagens que destoam do mar de apreciações e acusações que pretendem combater o PCP.

"Quer se queira quer não, o PCP é a âncora da coerência política nacional. É o partido onde ainda há ideias e convicções, princípios e noção de ética. Podemos discordar de tudo quanto defende, não podemos negar-lhe a coragem de estar disposto a ser eternamente oposição, eternamente minoritário, eternamente pequeno, em nome de ideias, de sonhos, até de utopias. É saudável e tranquilizador saber que o PCP existe e não muda."
"O Partido Comunista (...) é um monumento nacional, uma razão para acreditar que se pode ter uma só face ao longo da vida - e por ela lutar, e por ela sofrer, e dela não abdicar."
"O PCP que existe é o PCP que Portugal deve ter. Podem mudar-lhe o penteado - mas, por favor não lhe «lavem» o cérebro. Todo o cuidado é pouco quando, em política, se «renova» a mensagem. Foi por essa via que o Partido Socialista deixou de ser socialista, o Partido Social Democrata e o Centro Democrático Social perderam ambos o «social», e o PRD viu perder, em sequência, o lado renovador, depois o democrático, e por fim o próprio partido..."


«O Militante» Nº 235 - Junho / Agosto - 1998