Visão I



A comunicação social dominante lançou, em Março passado, uma nova e ampla campanha sobre as "divergências" existentes no PCP, a sua "refundação", as suas diversas "correntes", etc., etc.. Não houve "analista" que se "preze" que não dissertasse e opinasse na base de invencionices que circulavam abundantemente.
Vejamos um só exemplo - Visão de 2 de Abril de 1998 (artigo não assinado; quem terá sido o responsável, será o director?).
Primeiro parágrafo. Ninguém discute no PCP a sua refundação. Aliás, quem usa esta palavra (e foi muito usada) está decerto a pensar no que se passou com o Partido Comunista de Itália que, num Congresso, decidiu mudar de orientação e de nome (passou a ser Partido Democrático da Esquerda). É hoje um partido social-democrata. Aqueles que não estiveram de acordo com a decisão do Congresso é que criaram o Partido da Refundação Comunista.
Não há dirigentes do Comité Central. Há sim organismos executivos do Comité Central. Nenhum dos três organismos executivos reune às terças-feiras. Não há acaloradas discussões a propósito de qualquer refundação, nem sobre manter o PCP tal como está ou mudar a sua filosofia.
A referência ao Avante! de 19 de Março, a pretender dar um toque de veracidade, é falsa. Só serve para enganar quem não pode verificar no Avante! que nem a expressão entre aspas faz parte do texto da intervenção de Carlos Carvalhas, intervenção que o Avante! não reproduz na íntegra (até este pormenor é falso).
É um verdadeiro disparate dizer-se que foi aprovada no Comité Central a escolha de delegados a um próximo Congresso sem data oficial. Também não foi aprovada a eleição de dirigentes por votação com candidaturas uninominais. Tudo isto é falso.
Segundo parágrafo. Com esta base de mentiras, a citação de nomes e de posições pessoais são puras invencionices. Até os nomes não são todos verdadeiros.


«O Militante» Nº 235 - Junho / Agosto - 1998