A
juventude, a realidade e o futuro
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Marto Alves
Membro da Direcção Nacional da JCP |
A minha avó é agricultora e quando a encontro
ela diz-me: "A coisa mais bonita desta vida é plantar a
semente e vê-la crescer".
No Partido, apesar de eu ser novo, a coisa mais bonita de se ver
é um jovem aderir ao comunismo e ver a semente que há nele
germinar. A vontade de lutar, de intervir, de tentar mudar o que
está mal na sociedade em que se insere.
Vou contar-vos uma história que para alguns já não será
novidade.
Há algum tempo atrás, numa terra onde a Juventude não está
activa, juntaram-se alguns jovens que disseram: "Vamos para
a JCP".
E tudo se transformou
Uma iniciativa aqui, outra ali, mais uma inscrição e
outra, de cinco passaram a dez, a vinte e agora a um colectivo
com vinte e oito elementos da JCP.
Começou a transformação.
Destes vinte e oito elementos, a maior parte anda na Escola
Secundária. E lá também eles quiseram intervir, formar um
colectivo, depois uma lista para a Associação de Estudantes.
Ganharam e passaram à luta.
Devido às más condições na Escola, decidiram, então, lutar
por uma política educativa de melhor qualidade, por
instalações renovadas e materiais novos para poderem trabalhar.
A vitória
Foi incrível, nem nós pensávamos que iria haver tanta
aderência.
De facto os alunos estavam descontentes e ninguém, mais ninguém
foi às aulas e decidiram manifestar-se pacificamente pelas ruas
da cidade para que todos pudessem ver o que se estava a passar na
Escola.
Decidiram juntar-se a outra Escola que há no concelho e ir para
o átrio da Câmara Municipal reivindicar aquilo a que tinham
direito.
E conseguiram com isto tudo algumas verbas para as tais
necessidades que se faziam sentir na Escola.
A semente que germina
É um facto que a semente que está dentro dos jovens,
maioritariamente muito novos, está a germinar e nós temos de
cuidar destas sementes senão vem um temporal e destrói tudo.
O comunismo é como um sobreiro que vai ganhando raízes cada vez
mais fortes, em que o tronco vai engrossando cada vez mais, em
que a copa dá mais sombra em cada ano que passa e que muita
gente a respeita pela sua grandiosidade.
Os frutos que todos os anos ele dá vão crescendo, amadurecem e,
quando estão prontos, libertam-se e a semente que trazem em si
serve para germinar outra árvore mais pequena mas que vai
crescendo e germinando mais frutos...
Por vezes penso naquilo que se fez em setenta e sete anos e digo
para mim mesmo: "É tão lindo o meu Partido".
«O Militante» Nº 235 - Junho / Agosto - 1998