Os Encontros Distritais
e o reforço da JCP



Fernando Ramalho
Membro da Comissão Política da Direcção Nacional da JCP


Numa organização revolucionária a discussão constante das suas linhas de intervenção e organização e a definição das prioridades orientadoras da sua acção são elementos vitais para o seu reforço e alargamento da sua influência. Isto é tanto mais verdade quando falamos de uma organização juvenil como a JCP, em que a mobilidade de quadros e a diversidade da intervenção é tal que se torna essencial ter a consciência clara, a cada momento, das forças de que dispomos e de para onde as devemos orientar. Assim, é necessário criar espaços para que, de uma forma colectiva e aberta, se apurem as opiniões do máximo de militantes, se discuta e decida.


Os Encontros Distritais

Um desses espaços que privilegiamos na JCP são os Encontros Distritais. Os Encontros Distritais, que se realizam com periodicidade dependente de cada Organização e do estado de cada uma, mas que são em regra anuais, constituem geralmente momentos de grande dinamização das Organizações da JCP, da sua capacidade mobilizadora e realizadora, de envolvimento dos militantes e de discussão. Representam nalguns casos o único momento durante o ano em que muitos militantes se encontram. São, por isso, também, espaços de convívio e de sã confraternização entre camaradas. Também, dependendo da Organização, há diversas experiências de formato dos Encontros Distritais. Uns divididos por secções para discussão de áreas de intervenção ou temas específicos, outros totalmente em plenário. No primeiro caso com a vantagem de se aprofundar mais a discussão específica, no segundo com a vantagem de envolver todos os participantes em toda a discussão.
É também de referir que o Encontro Distrital não vale apenas pelo dia em que se realiza ou pela discussão que nele se produz. O Encontro Distrital é, por um lado, o culminar de um trabalho profundo de contacto com a Organização, de recrutamento, de dinamização de debates, de acções de propaganda e afirmação da JCP, de variadíssimas iniciativas e, por outro lado, a mola para o trabalho posterior, apetrechando a Organização de instrumentos e orientações que lhe permitam intensificar quantitativa e qualitativamente a sua intervenção e reforçar-se do ponto de vista orgânico.


Ponto de chegada e também de partida

O Encontro Distrital constitui portanto um ponto de chegada e, também, um ponto de partida. É o resultado da sua preparação e, ao mesmo tempo, o impulso para o trabalho futuro.
Outro aspecto importante é que os Encontros Distritais são também momentos de responsabilização e aprofundamento da democracia interna da nossa Organização. É o Encontro Distrital que elege o organismo de direcção distrital que dirigirá a Organização, definindo as suas atribuições e competências. É, por isso, também, a altura em que mais camaradas assumem novas responsabilidades, garantindo desta forma o necessário esforço de constante renovação da estrutura da JCP.


Decisões da Direcção Nacional

A reunião da Direcção Nacional de 17 e 18 de Janeiro indicou como orientação para este ano "A realização de Encontros Distritais, como grandes iniciativas de afirmação e definição de planos de trabalho, na sequência da dinamização de reuniões de colectivos, com o mais amplo envolvimento dos militantes".
Após esta reunião realizaram-se Encontros Distritais em Aveiro, Beja, Braga, Évora, Lisboa e Santarém, fazendo-se de todos eles balanços positivos, estando ainda previsto para este ano o de Setúbal. Disto não se poderá desligar a apreciação que se fez na reunião da Direcção Nacional de 17 e 18 de Maio de que "De acordo com os objectivos centrais da JCP para 98 (…), o reforço da capacidade realizadora, da acção política e da afirmação da JCP, constituíram pilares fundamentais da nossa actividade".
Terminando como se começou, parece-nos indispensável continuar a aprofundar esta linha de criação destes espaços privilegiados de discussão e encontro dos militantes como forma de reforçar a JCP e de alargar a sua influência junto da juventude portuguesa.


«O Militante» Nº 235 - Junho / Agosto - 1998