Alguns
aspectos do funcionamento
do sistema económico capitalista mundial
Carlos Aboim Inglez
Membro do Comité Central, da Comissão Central de Controlo e da
Secção Internacional
O PCP realizou no passado mês de Maio o Forum Droga,
Branqueamento de Capitais em questão, iniciativa que contou com
a participação de representantes de entidades nacionais, de
quadros, deputados, especialistas nacionais e estrangeiros.
Destinado a debater estes graves problemas com que o mundo actual
está confrontado, na perspectiva de uma caracterização mais
profunda e do apuramento de medidas mais eficazes para lhe fazer
frente, o Forum teve uma participação viva e alargada,
constituindo um importante contributo para evidenciar a
necessidade de uma efectiva vontade política no combate a estes
flagelos.
O Militante publica a
intervenção que o camarada Aboim Inglez proferiu no Forum,
dando início à abordagem deste tema, que continuará a tratar
no próximo número.
1.A crescente "financeirização" do
capital é hoje generalizadamente apontada como um
dos traços mais relevantes do capitalismo contemporâneo.
Dada a acrescida dificuldade de obtenção de uma taxa de lucro
satisfatória na esfera produtiva, colossais somas de dinheiro
vêm sendo deslocadas para a esfera improdutiva e especialmente
aplicadas no sistema financeiro em actividades rentistas e
especulativas, bolsistas, cambiais, imobiliárias e em tráficos
ilícitos vários altamente rentáveis, como o da droga, do
armamento e outros. Nessa esfera, socorrendo-se de toda uma
diversificada panóplia de múltiplas instâncias e de
"novos produtos financeiros", que actuam como poderosas
"alavancas", calcula-se que girem hoje anualmente mais
de 60.000 mil milhões de dólares quando por exemplo, em 1995 o
Produto Mundial Global foi menos de 29.000 mil milhões (1).
Entre 1984 e 1994 o comércio mundial de bens e serviços cresceu
em taxa média 5% ao ano, mas a produção não foi além dos 2%
(2). E num só dos vários campos das operações financeiras, o
das operações de compra/venda de divisas (se bem que dos mais
importantes e rentáveis da actividade especulativa), o ratio
entre o volume do comércio mundial e o do mercado de câmbios
passou de 1/6 em 1979 a 1/20 em 1986 e a 1/57 em 1995 (3). O
processo e dinâmica de hipertrofia da esfera financeira,
em detrimento da economia real, é bem traduzido pela
diferença de comportamento, no conjunto dos países
industrializados da OCDE e de 1980 a 1992, entre a taxa de
crescimento da FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo)
(reflectindo o investimento produtivo), que foi de 2,3% ao ano, e
a do stock de activos financeiros, que foi de 6,0%, isto é, 2,6
vezes superior (4). Há mais de um século, no 3º livro do Capital
(5), Marx apontou (no germe) o mecanismo de formação de um
capital fictício; e foi ainda nos idos de antes da 2ª Guerra
Mundial, que Keynes falou já da economia de casino.
Hoje, tais afloramentos e conceitos são, sob os nossos olhos,
uma realidade avassaladora. Os altos riscos são
inerentes a esta realidade. E foi essa a raiz da génese de um
outro sector da finança especulativa que hoje mais se tem
desenvolvido - a sofisticada gama dos "produtos
derivados", cujo stock mundial, e apenas no mercado
regulamentado, subiu de 5700 mil milhões de dólares, em 1990,
para mais de 27.000 mil milhões, em 1995 (6). O carácter
marcadamente fictício destes "valores" é bem revelado
pelo adjectivo "nocional" que lhe é comumente
atribuído; mas a sua efectiva influência é bem real, e a
instabilidade acrescida que emprestam ao funcionamento dos
"mercados" tem expressão factual na sucessão de
"falhas" de monta a que têm dado lugar (o caso do
Barings é um, e não o maior, entre muitos outros).
2. Após o regular crescimento do investimento e
do produto, relativamente elevado e prolongado, dos chamados
"30 gloriosos" anos do pós 2ª Guerra Mundial, são
muitos os economistas, de várias escolas, que consideram ter-se
entrado numa fase longa de sobreprodução crónica latente - com
afloramentos visíveis nas crises de 74/76, 80/82 e 90/93, mas
mais profundamente reflectida pela sobredeterminação
recíproca de dois movimentos estruturais. Por um lado,
a redução significativa e contínua, estatisticamente
comprovada, da taxa de crescimento do produto nas últimas
décadas (7), apesar da introdução das novas tecnologias;
por outro lado, a explosão e funcionamento relativamente
desconec-tado do crescimento da esfera financeira (8). A
"exuberância irracional" desta última, em que o
capital se acha especialmente globalizado, cria o que muitos
consideram ser um "perigo sistémico" da fase actual do
capitalismo. Dela resultam os múltiplos "abalos"
monetários, bolsistas e financeiros que se têm sucedido com
notória frequência nos últimos 15 anos, (9) abalos que
reflectem e agravam a característica instabilidade e
fragilidade do sistema financeiro mundial actual, em que
o engodo pelo "curto prazo" sobreleva e entrava o
"largo prazo". Multiplicam-se as variadas
"bolhas" financeiras, cujo estoiro ameaça colapsos de
consequências (mais ou menos) devastadoras, não apenas para a
esfera da finança, mas para a economia real e para a própria
sociedade em geral (e a recente crise do Sudeste Asiático é
apenas um exemplo de actualidade) (10).
3. A crescente emergência e domínio de grandes
grupos oligopolistas mundializados (11) que têm (por enquanto)
conseguido conter e gerir (em seu benefício) esta contradição
e instabilidade estruturais, põe em evidência o volume
assombroso que vem assumindo a concentração e centralização
do capital. Com efeito, as "500"
maiores empresas do mundo, com mais de 35 milhões de
assalariados directos, com 32.000 mil milhões de dólares de
activos, realizaram em 1995 um volume de negócios da ordem dos
11.400 mil milhões, com lucros de mais de 320 mil milhões de
dólares (12) - lucros estes superiores ao PNB de 43 países de
baixo rendimento (China e Índia não incluídos); e volume de
negócios aquele que é superior ao dobro do PNB conjunto de 107
países de rendimentos baixos (China e Índia incluídos) e
intermédios (13). O que põe em evidência o grau de extrema
polarização da riqueza e da pobreza no mundo actual. O
contraste é tão brutal que é difícil de imaginar
concretamente. Mas o facto é que, em 1996, a fortuna conjunta
dos 447 multibilionários mais ricos do mundo foi equivalente aos
rendimentos anuais brutos de 50% da população do mundo, isto
é, mais de 2.600 milhões de seres humanos (14). Por isso não
é de estranhar que se continue a aprofundar o fosso
"Norte/Sul", entre o 1/5 da população do
mundo dos países mais pobres, a quem cabia apenas 1,4% do
rendimento mundial, e o 1/5 dos países mais ricos que
arrebatavam já 85%. Este fosso, que era de 1/30 em 1960, trepou
para 1/61 em 1991 e foi já de 1/78 em 1994 (15). E fossos
semelhantes se verificam tanto nos países do dito
"Norte", como nos do dito "Sul" (16). Este
nosso mundo em que avança a tão apregoada
"globalização" é, indiscutivelmente, também um
mundo cada vez mais fracturado.
4. Caberia ainda referir, neste contexto geral, o
magno fenómeno do desemprego massivo e crónico que se
instalou no (dis)funcionamento do sistema - ou não se tratasse
exactamente da principal força produtiva da sociedade, criadora
da mais-valia. (Nos países da OCDE o desemprego [oficial] era de
11,3 milhões em 1973, 17,9 em 1979, 30,4 em 1983, 24,4 em 1990,
27,4 em 1991, 30,5 em 1992, 33,9 em 1993, 34,3 em 1994 - e não
diminuiu até hoje). Nos países da Comunidade Europeia, havia
3,5 milhões de desempregados em 1973, 7,8 em 1979, 14,1 em 1983,
14,3 em 1991, 14,6 em 1992, 18,3 em 1993, 19 milhões em 1994 - e
não diminuiu até hoje (17). No mundo, a OIT (Organização
Internacional do Trabalho) apontava há alguns anos para mais de
820 milhões de trabalhadores no desemprego ou no subemprego (120
milhões de desempregados totais registados, 700 milhões de
trabalhadores a ganharem tão pouco que nem conseguem garantir
níveis de vitais mínimos). Aos desempregados,
onde aumentam os de longa duração e os jovens, há que
somar a realidade em expansão do subemprego do mais variado tipo
e a baixa dos salários reais, tudo desembocando na
precarização crescente da existência, no crescimento da
pobreza e da marginalização social. As consequências
sociais e pessoais, humanas, são o que mais nos fere, sem
dúvida. Mas cabe aqui notar que este é outro dos graves
traços de bloqueio económico do sistema (relativo
encolhimento da procura solvável) e, também, um dos
sustentáculos que propiciam o desenvolvimento do tráfico de
estupefacientes e outras actividades ilícitas. (Apenas
como exemplos, cite-se o caso do desempregado ou do jovem que no
Southwork, em Filadélfia, se vê perante a oferta de um emprego
não qualificado onde lhe pagarão 4,25 dólares/hora (Outubro de
92), e a atracção de, vendendo "crack" a 3 dólares a
cápsula, ganhar 15 dólares à hora nas ruas (18); ou o caso dos
camponeses da Colômbia, país ao qual, após o assassinato de
Luís Carlos Galan, a administração Bush concedeu 60 milhões
de dólares para o combate ao narcotráfico, mas ao mesmo tempo a
ruptura do acordo internacional sobre o café, ruptura de que os
EUA foram um dos promotores, fez perder ao país 300 a 500
milhões de dólares (19). Tais exemplos são milhares, são
milhões, e perpetuam-se).
5. Os dogmas e todo o instrumental das políticas
económicas neoliberais e monetaristas (impostas pelos
governos Thatcher e Reagan na passagem da década de 70 para a de
80 e que se tornaram rapidamente dominantes nos outros países
desenvolvidos e, com a esforçada ajuda do FMI, do BM, do
GATT/OMC, da OCDE, etc., em quase todo o mundo) traduzem
e promovem este curso da fase actual do capitalismo
contemporâneo desde finais da década de 70.
Correspondem sem dúvida a necessidades do grande capital actual,
em que a componente financeiro-rentista-especulativa avulta e
infecta todo o sistema. Mas são igualmente fautores do seu
crescente disfuncionamento. E sobretudo são opções
políticas e não inevitabilidades sem alternativas. As
sacrossantas "liberalização", "desregulamentação",
"competitividade" que comandam as
políticas económicas dominantes, servem bem uma minoria, mas
ferem profundamente a imensa maioria dos homens. É o próprio
modelo de sociedade actual que está em causa - e este modelo, a
todos os títulos, não serve o progresso social e humano, antes
leva à estagnação e retrocesso económicos reais, à
degradação social, política, cultural e moral da
civilização.
6. É no contexto da contínua e universalizada
liberalização, desregulamentação e competitividade, sob o
império sacralizado do Dinheiro e do Lucro (venha donde vier e
como vier) que se insere o crescente avolumar do sector
criminal, que todos os especialistas referem às
últimas duas décadas. O comércio e o lucro das variadas
actividades ilícitas confluem e misturam-se, através do
conveniente branqueamento de capitais, no mar
imenso dos fluxos financeiros já referidos (20). Segundo estudos
recentes do FMI, cada ano os lucros financeiros líquidos tirados
de actividades criminosas representariam 500 mil milhões de
dólares (praticamente 2% do PIB mundial). Sendo meras
estimativas que variam conforme as fontes, e mais ou menos certas
ou falíveis em matéria por demais opaca por natureza, só as
verbas movimentadas no narconegócio foram
avaliadas pela ONU em 1987 em cerca de 300 mil milhões de
dólares, estimativa revista posteriormente pelo GAFI em 1990
para 122 mil milhões, com lucros depositados cada ano no sistema
bancário entre 30 a 45 mil milhões de dólares (21). Uma tal
quantia reciclada e aplicada na "economia normal", em
poucos anos de vulgares juros compostos ascenderia a uma verba
muito mais volumosa, que pode dominar e comandar até grandes
empresas tidas como respeitáveis instituições do sistema. Tudo
indica que desde então este volume cresceu, mas caberá aos
especialistas determinar a sua medida actualizada. Basta todavia
comparar o seu montante com as cifras mais atrás referidas para
ter consciência de que se não trata de nada de dispiciendo, e
cujo impacto mundial, regional e em cada país é, a muitos
títulos, de enorme importância, como aliás todos os estudos
sobre a "geopolítica da droga" largamente documentam
(22).
7. Cabe antes aqui sublinhar que o
narcotráfico conflui e se entrelaça com outros variados e
lucrativos tráficos criminosos, e com a chamada criminalité
des affaires e a corrupção que
se generaliza na esfera económica, política e social. As
organizações criminosas não se contentam apenas com a
obtenção de lucros; para assegurar aliás essa obtenção
buscam e conseguem, pelos mais variados meios, respeitabilidade e
influência económica e política, isto é, poder. São
inúmeros os casos em que a própria existência da democracia e
do Estado estão já postas em causa. "Dinheiro
branco", "dinheiro cinzento"
e "dinheiro negro" misturam-se
e confundem-se, porque tudo é Dinheiro e o Dinheiro não tem cor.
Neste domínio, a fluidez e o descontrolo são regra. Vá-se às
mais conceituadas instituições bancárias:
são os próprios banqueiros que reconhecem (designadamente pelo
coriáceo segredo bancário) a sua
"porosidade" ao dinheiro ilícito (23). Vá-se aos
paraísos fiscais e centros da finança offshore,
esse "secreto mundo" de todos os negócios sem rosto,
empresa anónima planetária que já em 1991 era avaliada em mais
de 1 bilião de dólares US (24). Da desregulamentação e
opacidade resultam as acrescidas dificuldades de controlo, handicaps
maiores para a luta contra o narcotráfico e todas as demais
actividades ilícitas e criminosas. Mas o que mais preocupa a
OCDE, em recente intervenção (25), não é isso, mas sim que a
utilização dos paraísos fiscais "pode ameaçar a livre
concorrência" por "permitir um alargamento da fraude e
da evasão fiscal" - o que também é um facto relevante,
mas fomentado precisamente por aqueles mesmos que agora o
denunciam!
8. Não cabe nesta contribuição abordar no
concreto o branqueamento de capitais do narcotráfico nem as
medidas concretas a defender para combater esse flagelo. Mas
permitam que, a terminar e mesmo sem tirar conclusões, sublinhe
que, também por esta causa que aqui nos reúne, é fundamental
a luta contra as políticas neoliberais dominantes e por uma
alternativa global de sociedade que:
(1) privilegie e promova a reactivação da actividade
produtiva real, com respeito pela Natureza e ao serviço
da satisfação das necessidades de vida e realização humana da
imensa maioria da população de cada país e do mundo;
(2) reforce o controlo, a regulamentação, a redução
drástica e a reorientação socialmente útil dos fluxos do
capital especulativo;
(3) aprofunde em todos os planos a Democracia, a
participação dos cidadãos, o seu controlo do poder e
capacidade para influir nele em todos os domínios; e
(4) promova energicamente, no plano cultural, ideológico
e moral a luta sem tréguas contra o "pensamento
único", que pretende mercantilizar tudo o que é
humano e reduzir os Homens e os povos à impotência, perante um
futuro que, afinal, eles e só eles, pela sua luta, criatividade
e trabalho, solidariamente hão-de tornar mais livre, mais justo
e mais plenamente humanizado.
Notas:
(1) Liberazione, 14/12/97, p. 12; FMI, World
Economic Outlook, October 1997, p. 147.
(2) Chesnais, François, La mondialisation du capital,
nova edição actualizada, Syros, Paris, 1997, p. 42: "No
caso dos produtos manufacturados, a diferença é ainda
maior".
(3) Beaud, Michel, Le Basculement du Monde, Ed. La
Découverte, Paris, 1997, p. 123. Cp. Problèmes économiques,
5-12/11/97, p. 22: "Este mercado (de câmbios) teve uma
progressão de mais de 1500% em 15 anos. Hoje, o montante de
transações diárias é estimado em mais de 1200 milhares de
milhões dólares, ou seja o equivalente em quatro dias a um ano
do comércio mundial".
(4) La mondialisation financière. Genèse, coût et enjeux,
sob a coordenação de F. Chesnais (F. Chesnais, S. de Brunhoff,
R. Farnetti, R. Guttman, D. Pilhon, P. Salama, C.Serfati ),
Syros, Paris, 1996, p. 13.
(5) Karl Marx, Le Capital, Ed. Sociales, Paris, 1959:
Livro Terceiro, Tomo 2, Cap. XXV, pp. 64-79 e Cap.
XXIX, pp. 126-137.
(6) Rev. Problèmes économiques, Le système
financier international, 5 -12/11/97, La documentation
française, Paris, p. 22.
(7) Cf. p. ex., Husson; Michel, La Misére du capital,
critique du néo-libéralisme, Syros, Paris, 1996; Cline, W.
R., "The risk of global stagnation", in Cline, W. R., International
Economic Policy in the 1990s, MIT, Cambridge,
Mass.1994 (deste, um gráfico 1961 - 1991 em La
mondialisation financière ..., p. 253).
(8) Sobre a relativa autonomia, a fonte exógena e a posterior
dinâmica endógena da esfera financeira, ver La
mondialisation financière..., p. 13-14.
(9) Ver em La mondialisation financière..., pp.
254-255, um quadro de F. Chesnais com a "cronologia
indicativa dos choques financeiros desde 1970 a 1995".
(10) A crise do Sudoeste Asiático, desencadeada na Tailândia em
Outubro de 1997, e que ainda não terminou, não foi nem é
meramente monetária e financeira, teve e terá profundas
implicações a nível da economia produtiva e das condições de
trabalho e desemprego; e implicações não subestimáveis muito
para além da região já afectada.
(11) Situações de "oligopólio", em que um
pequeno número de firmas domina o mercado, verificam-se já,
mesmo a nível internacional, em diversos sectores da actividade
económica.
(12) "(The) Fortune Global 500", 1996, p. 72.
(13) Banque Mondiale, Rapport sur le dévelopment dans le
monde, 1995 - Le monde du travail dans une économie sans
frontières, 1995, pp. 182-183.
(14) Forbes Magazine, 29/7/97; PNUD, Human
Development Report - 1997.
(15) Beaud¸op.cit., p. 123.
(16) Só dois exemplos: Nos EUA, o quintil mais baixo dispunha de
4,7% do rendimento, o quintil mais alto de 41,9% em 1985; no
Brasil, a relação era de 2,1% para 67,5% em 1989. Ver World
Bank, World Development Report 1996, p. 197.
(17) Bartoli, Henri, L Économie, service de la vie,
PUG, Grenoble, 1996, p. 54.
(18) Ibid., p. 96.
(19) La Planète des Drogues, dirigido A. Labrousse e A.
Wallon. Ed. Seuil, Paris, 1993, pp. 14-15. Luis Carlos Galan,
Senador e candidato à Presidência da Colómbia, foi assassinado
em 18 de Agosto de 1989.
(20) Criminalité des affaires: une menace pour l
Europe, relatório de Helle Degn, Conselho da Europa, Doc.
7971, de 22/12/97, p. 16: "A globalização dos mercados
financeiros conduziu a um volume total de movimentos de capital
legítimos tão importante que os fundos branqueados podem
circular livremente no fluxo geral. Torna-se praticamente
impossível distinguir os capitais legítimos dos que o não
são".
(21) Atlas Mondial des Drogues, coordenado por Michel
Koutouzis, Observatório Geopolítico das Drogas, PUF, Paris,
1996, p. 213.
(22) Além do "Atlas Mondial des Drogues" e do
La Planète des Drogues, ver: Geopolitique des
Drogues - 1995, Relatório anual da OGD, Ed. Pub., Paris,
1996; La Geopolitique des Drogues Mondiale - 1995/1996,
Relatório anual do OGD, Set. 1997, Paris, mimeografado.
(23) Carmoy, Hervé de, La Banque du XXIe siècle, Odile
e Jacob, Paris 1995, p. 221: "Estas estimativas (sobre os
rendimentos da droga que entram anualmente nos circuitos mundiais
do dinheiro), se bem que consideráveis, estão contudo abaixo da
realidade (...) Face a estas somas colossais, o sector bancário
é em numerosos casos poroso". Cit. por Beaud , p. 136-137.
(24) Criminalité des affaires: une menace pour l
Europe, p.19. Ver também p. 17: "No seio do sistema
financeiro, os bancos foram sempre o principal vector usado para
o branqueamento de capitais (...) Todavia, desde há algum tempo,
os operadores de branqueamento de capitais recorrem às empresas
de serviços financeiros, mais que aos bancos ..." ; p. 19:
"... as transacções complexas visando modificar a
identidade dos fundos ilícitos são realizadas sucessivamente em
numerosos países, em particular naqueles dotados de importantes
praças financeiras, e naqueles que podem ser definidos como
paraísos fiscais ou centros financeiros em
extra-territorialidade (CFE) - offshore financial centers";
p. 20: "Para as entidades de banca privada que interessam os
operadores do branqueamento de capitais, o segredo constitui a
atracção principal".
(25) Diário de Notícias, 28/4/98.
«O Militante» Nº 235 - Junho / Agosto - 1998