No Distrito de Coimbra houve um aumento de votos

e de mandatos




Sérgio Teixeira
Membro da Comissão Política


Este texto tem como objectivo contribuir para o aprofundamento da análise aos resultados das Eleições Autárquicas, salientando alguns aspectos do Distrito de Coimbra.
No distrito de Coimbra a CDU cresceu em votos e mandatos para as Câmaras Municipais, Assembleias Municipais e Freguesias.
As votações para as Freguesias atingiram os valores mais altos dos últimos 8 anos.
Nas eleições legislativas últimas, a CDU também cresceu comparativamente com as
anteriores.
É perfeitamente legítimo perguntar: onde está o tão propalado “declínio irreversível”?


Melhores condições para desenvolver o trabalho

Os resultados da CDU no distrito de Coimbra potenciam melhores condições para o desenvolvimento do trabalho do Partido e o alargamento unitário da CDU.
Tínhamos um vereador no distrito e passámos a ter dois com a eleição de uma vereadora em Montemor-o-Velho.
Havia eleitos nas Assembleias Municipais de sete concelhos e temos agora nove.
Existiam eleitos em 40 Freguesias e aumentámos este número para 42.
De quatro Presidências de Junta de Freguesia passámos para seis.
Finalmente, tínhamos eleitos em sete concelhos e agora temos onze.
Crescemos nas Zonas Urbanas e Zonas Rurais. Pela primeira vez, a CDU consegue vencer uma Freguesia na Zona da Serra.


Resultados em Coimbra e Montemor

Em termos de votos e mandatos, são de destacar entre outros os resultados dos concelhos de Coimbra e Montemor.
Em Coimbra além do vereador, elegemos cinco membros para a Assembleia Municipal, temos três Presidências de Freguesias e eleitos em 24 das 31 freguesias do concelho.
Em Montemor-o-Velho elegeu-se uma vereadora, dois membros da Assembleia Municipal e um Presidente de Freguesia. Temos eleitos em seis das 14 freguesias.
Os objectivos da CDU para o distrito definidos no Encontro da CDU foram atingidos. Mais votos, mais mandatos.


Características das eleições no Distrito

Entretanto, é importante salientar o quadro em que se realizaram as eleições no Distrito de Coimbra.
1. O aparecimento de candidatos de “impacto mediático” com grande cobertura da comunicação social, substituindo a discussão dos problemas concretos pelas “biografias” e “percursos” desses mesmos candidatos.
2. A promiscuidade na relação entre o Governo e instituições dele dependentes de que são exemplos as acções do Governador Civil e a permanente presença de membros do Governo em inaugurações e promessas.
3. A “compra” pelo PS, de Presidentes de Câmaras do PSD de que são exemplos os casos de Pampilhosa da Serra e Tábua.
4. A desigualdade de tratamento nalguns órgãos de Comunicação Social, prejudicando claramente a CDU.
5. A profunda desproporção de meios existentes entre a CDU e as outras candidaturas.
6. O condicionamento das opções eleitorais em virtude da forte bipolarização, procurando reduzir as eleições à escolha entre duas pessoas.
Apesar de muitos destes factores favorecerem nitidamente o Partido Socialista, este foi penalizado perdendo cerca de 7 mil votos.

A CDU também registou alguns resultados negativos nomeadamente na Figueira da Foz onde a pressão sobre os militantes do Partido e simpatizantes da CDU foi enorme.
Sem escamotear as dificuldades, resultados negativos, as insuficiências detectadas, os erros e a falta de meios, uma primeira conclusão se pode extrair. Existem condições para continuar este crescimento eleitoral. São necessários uma reflexão para corrigirmos o que está mal e o envolvimento dos militantes na superação das dificuldades, procurando na verdade das situações, as respostas e soluções para tornar este Partido cada vez mais forte sem abdicar dos seus princípios.
Nas organizações da Organização Regional de Coimbra prossegue a discussão e reflexão procurando assim encontrar respostas e soluções, nuns casos para superar resultados negativos, noutros, procurando potenciar os factores positivos. O objectivo comum é reforçar a intervenção do Partido aos mais diversos níveis procurando criar uma forte consciência e intervenção cientes de que não estamos cá só para resistir mas sim para CRESCER


«O Militante» Nº 233 - Março / Abril - 1998