Uma autocrítica do imperialismo! E depois...?




O Presidente Clinton enviou a Chipre um sr. Richard Holbrooke, o qual admitiu ter havido “uma conduta vergonhosa” por parte da administração norte-americana em relação a acontecimentos naquela área geográfica, entre a década de 60 e 79 (D.N., 17/11/97).
Referiu a política dos EUA de apoio à ditadura militar na Grécia, impedindo o regresso da democracia; a instigação do golpe de Estado que derrotou o arcebispo Makarios, Presidente de Chipre, impedindo a concretização da Enossis (união de Chipre com a Grécia); e a luz verde, em 1971, à invasão turca do norte da ilha e à sua consequente divisão.
Não se trata de revelações de situações não conhecidas. A novidade é só a autocrítica.
Mas, depois dela, do reconhecimento de uma política voltada contra o interesse dos povos e a democracia, mesmo que burguesa, quais serão as patifarias, as indignidades, os crimes que se seguem?
Segundo o D.N., “analistas não cessam de comparar a forma como os americanos não hesitam em ameaçar o Iraque com o uso da força e a falta de determinação em fazer o Governo turco respeitar dezenas de resoluções da ONU que os EUA também aprovaram.”


«O Militante» Nº 232 - Janeiro / Fevereiro - 1998