Sobe a mortalidade infantil na Madeira
A taxa de mortalidade infantil é um indicador muito importante
sobre as condições de vida de um país ou de uma região.
Lentamente, é certo, mas Portugal tem conseguido ir diminuindo a
sua grave taxa. Só em 1992 conseguiu descer abaixo de 10 óbitos
por cada mil nados-vivos. Em seguida passou para 8,6 (1993), 7,9
(1994), 7,5 (1995) e 6,9 (1996). Mas todos os países da União
Europeia, excepto a Grécia, têm uma taxa mais baixa.
No que respeita às regiões do País, a situação é a seguinte: 5,3 (Alentejo e Centro), 5,4 (Algarve), 6,0 (Lisboa e Vale do Tejo), 7,8 (Norte), 7,9 (Açores) e 11,9 (Madeira).
A Região Autónoma da Madeira apresenta uma taxa muito diferente de qualquer outra região do País e tanto mais grave quanto no ano anterior (1995) a taxa tinha sido de 10,8 (dados retirados de um artigo do DN, 20/6, que os refere como percentagens quando não o são).
É difícil não ligar estes dados sobre a Madeira à situação particular que se vive naquela Região Autónoma. Na verdade, o Governo Regional, responsável principal pelo que se passa na Região, parece estar submetido a um presidente que tem um comportamento sui generis, visivelmente pouco democrático.
Ainda sobre a Madeira: Quando, em finais de Maio, Alberto João Jardim quis impor a fusão dos três principais clubes do Funchal (e da Região), não conseguiu salvar-se de uma grande e extensa assobiadela. Então, o presidente, que ao longo de muitos anos tinha largamente alimentado aqueles clubes com grossas verbas (não dele, evidentemente, mas dos impostos pagos... por quem os paga), zangou-se e cortou os subsídios.
Sobre isto comenta o Expresso (31/5) no artigo "O arquipélago das bananas": "Alberto João Jardim agiu como se o Estado fosse propriedade sua e pudesse dispor pessoalmente dos dinheiros públicos - ora dando ora tirando. Isso é grave. E não deixa de ser estranho que, neste gesto digno de um presidente de uma república das bananas, os seus colegas de Governo o tenham acompanhado sem reservas."
Será que aquelas verbas aplicadas nos subsídios fizeram falta para impedir, pelo menos, que a taxa de mortalidade infantil na Região não piorasse...?