Duas respostas, duas posições




O Diário de Notícias publica regularmante, na sua terceira página, na secção "inquérito", cinco respostas a uma pergunta. Não raramente, a comparação entre as diversas respostas é muito elucidativa.

Um exemplo: "A UE acautelou devidamente o combate ao desemprego?" (DN, 18/6/97) João Proença, Secretário-geral da UGT, diz: "No passado, a União Europeia tem feito muito pouco pelo emprego. Esperamos que agora, com a revisão do Tratado, a UE assuma claras competências para uma política de crescimento de emprego, quer em termos de coordenação de políticas económicas, quer no desenvolvimento de acções positivas, o que exige meios financeiros a nível comunitário". (Estará mesmo à espera que a UE assuma o que nunca assumiu? O neoliberalismo consente-o?)

Florival Lança, CGTP (é membro da Comissão Executiva), diz:

"Gostaríamos que assim fosse mas não foi o caso. O facto do emprego não entrar no Pacto de Estabilidade, sendo objecto de um documento paralelo, representa, mais uma vez, uma forte secundarização do problema mais grave que se põe à Europa. Também não foram disponibilizados meios nem definidos mecanismos." (É uma visão diferente porque é sincera e coerente).


«O Militante» Nº 230 de Setembro/Outubro de 1997