Quarto concelho mais populoso do País
Sintra: o desenrolar de uma campanha
Por Lino Paulo
Candidato pela CDU à Presidência
da Câmara Municipal de Sintra
Ao falarmos sobre as eleições autárquicas de Dezembro
próximo, no concelho de Sintra, há dois aspectos que
poderíamos abordar:
- Um que expusesse o importantíssimo papel da CDU no trabalho em minoria e num concelho onde, desde 1982, detém o mesmo número de vereadores (quatro) que a força maioritária; que falasse do projecto autárquico da CDU, do seu humanismo, isenção, trabalho, competência, honestidade e empenhamento;
- Outro que apontasse para a descrição da campanha que está em marcha.
Optou-se pelo segundo aspecto porque a descrição da maneira como o trabalho eleitoral está a ser desenvolvido em Sintra poderá lançar ideias e pistas, dar contributos para outras organizações.
Assim: como vamos de autárquicas no quarto concelho mais populoso do País? Vamos bem, iremos melhor no grande arranque da pré-campanha, em Setembro, trabalhamos para a vitória em Dezembro.
Uma preparação que remonta a Abril de 96
Se é verdade que todo o trabalho autárquico e de ligação às populações e aos trabalhadores que desenvolvemos no quotidiano terá repercussões eleitorais, não é menos verdade que é conveniente marcar aqui uma data em que começámos a falar das autárquicas de Dezembro próximo.
Essa data é a de 20 de Abril de 1996. Há que começar cedo a chamar as coisas pelos nomes e a afirmar o que queremos. Foi a 20 de Abril do ano passado que realizámos um Encon-tro Concelhio do PCP sob o lema "Trabalho Autárquico e a Luta das Populações".
Neste Encontro foi feito o balanço do trabalho autárquico e da ligação ao movimento popular, às populações e aos trabalhadores, não apenas por parte dos comunistas e dos seus aliados na CDU, mas também por parte dos restantes partidos. Foi feita a análise das perspectivas eleitorais de cada partido e concluiu-se acerca dos objectivos eleitorais da CDU.
Foram considerados como objectivos realistas "conquistar a presidência da Câmara, aumentar o número de eleitos na Assembleia Municipal, conquistar um maior número de presidências em Juntas de Freguesia da área urbana do concelho".
Desde Abril a Setembro de 1996, a acção do Partido e da CDU, na frente autárquica, desenvolveu intensa ligação às populações, fundamentalmente em torno de duas questões: a discussão do Plano Director Municipal (PDM) e a reestruturação administrativa da zona urbana do concelho.
O que somos e o que queremos
A discussão em torno do PDM permitiu a análise profunda do concelho que somos: dormitório à beira da ruptura do sistema urbano, sem coesão nem sustentabilidade. E do concelho que queremos: onde o dormitório seja contido, onde se crie mais riqueza e trabalho, onde a coesão e a sustentabilidade nasçam das potencialidades existentes e desaproveitadas (população jovem e activa, riquíssima diversidade física, natural e patrimonial).
A discussão em torno da reestruturação administrativa do concelho levou o Grupo Parlamentar do PCP a apresentar, na Assembleia da República, propostas de Lei para a criação de três cidades na área do município e para a criação de nove novas freguesias. Destas, já foi aprovada em Junho deste ano a criação da cidade de Queluz e de três novas freguesias.
Um intenso trabalho pré-eleitoral
Em Setembro de 1996, iniciámos o trabalho pré-eleitoral propriamente dito. A partir dessa data realizaram-se dezenas de visitas a Escolas, a Instituições Privadas de Solidariedade Social (IPSS), forças de segurança de protecção civil, colectividades e clubes, empresas, organismos da Administração Central. Realizaram-se reuniões com Organizações Sindicais, Comissões de Trabalhadores e também com empresários e Associações Empresariais.
O alargamento da CDU a sectores independentes e de ex-militantes de outros partidos cresceu e funciona, desde Dezembro de 1996, uma Comissão Eleitoral da CDU que reune periodicamente e onde participam desde um antigo dirigente do CDS a ainda recentes apoiantes do PSD e do PS.
Neste período mais assumido de pré-campanha foram apresentados em sessões públicas, largamente concorridas, os candidatos à Presidência da Câmara (em Fevereiro), à Presidência das mais importantes freguesias (Maio e Junho) e a globalidade dos candidatos a 20 de Junho, avultando aqui um elevado número de independentes, mulheres e jovens. Um só exemplo: em onze efectivos para a Câmara, cinco são mulheres.
A 20 de Abril foi feita a apresentação da candidata jovem à vereação - uma jovem de 22 anos, estudante, em quinto lugar da lista da Câmara. A candidatura jovem desenvolveu desde então um conjunto de iniciativas autónomas e, naturalmente, voltadas para a juventude.
Uma pré-campanha criativa
Ainda neste período desenvolveram-se acções onde sobressai a criatividade. São exemplo: a acção em torno das acessibilidades, realizada na principal área de serviço do IC-19, a "inauguração do monumento ao eleitoralismo" na CREL e o "dia do convite" com a colocação de inúmeros "mupis" convidando o Primeiro-Ministro e diversos ministros para "visitarem" as consequências da ino-perância do Governo.
Neste período publicaram-se três números do jornal de campanha "MUDAR SINTRA", editou-se uma revista "CONHECER E TRABALHAR SINTRA" e estão já colocados os primeiros "out-doors".
O mês de Agosto está a ser de actividade menos intensa e com iniciativas mais voltadas para as praias e as actividades de lazer: um campeonato de futebol de praia, um fim de semana de desportos radicais, uma festa popular num pinhal do litoral. E ainda o lançamento de um interessante concurso que "passa", sob uma forma bastante leve, a mensagem da CDU.
A mobilização tem que ser de todos
Setembro vai ser o mês decisivo para o arranque da campanha. Passada que seja a grande iniciativa que é a "Festa do Avante!" há que realizar plenários CDU em todas as freguesias. Há que mobilizar toda a organização do Partido e todos os independentes que estão connosco para um intensíssimo trabalho eleitoral.
No fim da segunda semana de Setembro terão início algumas iniciativas que darão o tom à campanha: inauguração da "EXPO-CDU Sintra 2001", ideia inovadora de uma grande exposição móvel que será presente em todos os grandes centros ur-banos do concelho, lançamento de um livro e de um vídeo que serão divulgados durante toda a campanha, realização do "GRANDE ENCONTRO CDU SINTRA 2001" que discutirá e aprovará a versão final do pro- grama de candidatura, realização do "MEGALMOÇO CDU" onde se prevê que venham a estar 2000 pessoas.
Pretendemos que este seja o mais potente arranque de campanha até agora feito. Pretendemos com os "motores assim bem aquecidos" ganhar a rua e não mais a deixar até à festa da vitória na noite das eleições.
Cientes das dificuldades, mas confiantes
Sabemos que o nosso principal adversário, o PS, que detém a presidência da Câmara, não nos facilitará o trabalho: tem uma candidata que, embora sem obra feita, é mediática, instrumentaliza a grande comunicação social, usa o Governo de uma forma despudorada para a campanha, investe fortunas na mesma.
Sabemos também que só a CDU está em condições de derrotar a actual e ineficaz maioria.
Por isso fizemos todo este intenso trabalho pré-eleitoral. Por isso afirmamos que "há que ganhar a rua e não mais a deixar", fazendo uma grande campanha de massas.