Antony Lake, conselheiro para a segurança nacional do presidente
Bill Clinton admitiu, perante os senadores, que «foi um erro a
decisão da Casa Branca de manter em segredo o envio de armas
iranianas para os muçulmanos bósnios (...) numa altura (1994)
em que havia um embargo decretado pela ONU» (DN da Madeira,16/12/96).
Dez anos depois do grande escândalo «Irangate»
- a venda de armas norte-americanas ao Irão ligada ao apoio militar aos «contras» anti-sandinistas - que envolveu os ex-presidentes Reagan e Bush e uma multidão de altos funcionários, torna-se público que o apoio do Irão aos muçulmanos da Bósnia, há pouco mais de dois anos, proibido pela ONU, não só era era bem conhecido dos responsáveis dos EUA, como estes guardaram sobre isso um segredo cúmplice. É mais um facto a somar a muitos outros passados nessa região que foi da Iugoslávia que mostram que as características da política mais (ir)responsável dos EUA se mantêm, com os democratas ou os republicanos: a imposição dos interesses dominadores dos EUA sem olhar a meios e o desrespeito mais absoluto pelas regras internacionais incluindo as decisões da ONU.