PCP quer levar Parlamento Europeu a pronunciar-se sobre Interrupção Voluntária da Gravidez
Deputados do PCP no Parlamento Europeu
Estrasburgo, 16 de Fevereiro de 1998

 

Os Deputados do Grupo da Esquerda Unitária Europeia, onde estão integrados os Deputados do PCP no Parlamento Europeu, depositaram uma Proposta de Resolução com o objectivo de levar o PE a elaborar um relatório sobre as condições em que a Interrupção Voluntária da Gravidez decorre nos diferentes países da UE.

De acordo com o texto entregue, o objectivo é levar o Parlamento Europeu, na sequência de anteriores resoluções, a "convidar mais uma vez os Estados-membros a criarem um quadro jurídico claro, baseado na prevalência da legalidade sobre a penalização discriminatória, na assistência e segurança médicas acessível a todas as mulheres e a empenharem-se na sua concretização".

Esta iniciativa surge numa altura em que de entre os quinze Estados-membros da UE, Portugal, Espanha e Irlanda são os que mantêm legislações mais restritivas e na Alemanha se registam acentuados retrocessos. No caso português, e apesar da aprovação na generalidade, na Assembleia da República, de uma proposta de despenalização, a oportunidade desta iniciativa é evidente por ser conhecida a situação criada pelo acordo entre PS e PSD para a realização de um referendo sobre a matéria, que pode conduzir a uma paralisia na aprovação final do quadro jurídico necessário.

De acordo com o procedimento habitual, a Proposta de Resolução será agora enviada pela Mesa do Parlamento à Comissão responsável, no caso a Comissão Parlamentar para os Direitos da Mulher, que lhe deverá dar seguimento por forma a que, com base num relatório, o plenário do Parlamento Europeu chegue a uma Resolução.