Intervenção de Alma Rivera na Assembleia de República

Árvores e espaços verdes no meio urbano são factor de qualidade de vida e de bem-estar

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A presença de árvores e espaços verdes no meio urbano é inquestionavelmente um fator de qualidade de vida e de bem-estar.

E se é evidente e observável que o arvoredo urbano tem um valor estético incalculável, que conforta a nossa necessidade de proximidade com a natureza, sabemos também que este mesmo arvoredo cumpre tarefas invisíveis e silenciosas, mas que são absolutamente imprescindíveis para o equilíbrio ecológico.

-o arvoredo urbano trabalha na depuração do ar contaminado pelo transito e pela indústria, sendo um sumidouro de carbono

-reduz a poluição sonora, fazendo um efeito de barreira com as copas das árvores;

-baixa as temperaturas e faz aumentar a humidade, pelo que é um regulador microclimático;

-é também abrigo para várias espécies, mantendo a biodiversidade animal;

-garante mesmo a segurança ao evitar inundações e na prevenção da erosão e degradação dos solos;

A progressiva urbanização levou à diminuição dos espaços verdes e da cobertura vegetal, o que tem os mais variados impactos no ambiente e na qualidade de vida das pessoas.

No sentido oposto, o princípio ecológico do continuum natural, sendo respeitado, significa que a paisagem natural possa penetrar na cidade de modo tentacular e contínuo e isso significa que sejam criados novos espaços e recuperados os existentes, ligados pelos chamados “corredores verdes”, integrando vias e acessos pedonais.

Para que possamos cuidar dos espaços verdes, das árvores, para existirem espaços de lazer, para a atividade física e desporto, para que possam existir projetos de hortas e projetos educativos, particularmente de sensibilização ambiental, por exemplo, é preciso que exista uma política definida. E é preciso também não permitir que os interesses imobiliários prevaleçam face ao tal continuum vegetal, como é caso da Serra de Carnaxide.

O direito às cidades é também isto. Poder viver com qualidade num centro urbano, cuidar da paisagem e do património natural.

Apesar de esforços que são feitos a nível local, com municípios reconhecidos pelas suas boas práticas, como é o exemplo de Setúbal ou do Município de Loures que promove formação específica em gestão do arvoredo urbano, por exemplo, faz falta uma visão nacional, porque é uma matéria de interesse difuso e comum, faz falta de facto uma Estratégia Nacional de Proteção e Fomento do Arvoredo em Meio Urbano.

Estamos disponíveis para aprofundar este debate na especialidade porque é preciso, em primeiro lugar, alargar o arvoredo urbano e o coberto vegetal, mas é preciso também potenciar as vantagens do verde que temos, com planeamento e bons instrumentos de gestão do arvoredo, com partilha das regras técnicas e operacionais.

Sem prejuízo de haver aspetos mais específicos relacionados com a autonomia das autarquias que é preciso acautelar, estamos disponíveis e empenhados em contribuir na especialidade para encontrar as melhores soluções, para que as cidades, para que as zonas urbanas, sejam respiráveis, sejam mais saudáveis, para que as crianças tenham onde brincar, esta é uma questão que importa trabalhar.

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