Intervenção de André Martelo, Membro da Comissão Politica da Direcção Nacional da JCP, XIX Congresso do PCP

A Juventude e a JCP

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Digam o que disserem, escrevam o que escreverem.

Pelo seu projecto e ideal. Pela sua história, pelo seu presente e pelo seu futuro. Pelo sonho que transporta e constrói todos os dias. Este é o Partido da Juventude. O Partido Comunista Português.

Também a juventude, anda há 36 anos a sofrer com a política de direita contra-revolucionária aplicada pelos do costume: PS, PSD e CDS.

Hoje com o Pacto de Agressão procuram: destruir a Educação, os direitos no Emprego , o acesso à Cultura, ao Desporto, à Habitação, a participação no movimento associativo. Querem é destruir tudo o que na altura a juventude conquistou com Abril.

Querem criar uma escola para ricos e uma escola para pobres, fazendo corresponder as elites económicas às elites do conhecimento.

Os custos para estudar aumentam a olhos vistos. É euros prós livros, é euros pró passe do autocarro, é euros prás propinas... É a escola para quem a pode pagar.

Querem empurrar os filhos dos trabalhadores, para cursos profissionais para mais tarde os tornar, facilmente exploráveis e descartáveis. A falta de vergonha deles é tanta que já falam em propinas no secundário. Daqui dizemos: nem mais um passo atrás na defesa da educação gratuita e para todos!

O OE13 levará o caos às escolas. Já hoje há turmas que ainda não têm professores, há salas que não chegam para os alunos de uma turma inteira, há escolas literalmente a cair de podre e quase todas as cantinas vendem comida sem qualidade. Cortaram os Passes Escolares, são milhares que não têm dinheiro para os transportes que podem chegar a 180€ mês.

A avaliação é centrada em momentos pontuais em vez da avaliação contínua, com exames desde o 4º ano; criou-se a Empresa Parque Escolar que cobra rendas às escolas, que rondam em média os 50.000€. Mais uma empresa para mais tarde vender com lucros garantidos, tal como a EDP.

Hoje a democracia está em causa nas escolas, acentua-se o carácter punitivo e autoritário do sistema com o Estatuto do Aluno, suspender e expulsar é hoje ainda mais fácil; o fim da gestão colectiva das escolas e o surgimento dos Directores levam à ingerência na vida das Associações de Estudantes, condicionando processos eleitorais, reuniões gerais de alunos e diferentes formas de luta.

Mas os estudantes do secundário sabem que vale a pena lutar, com persistência, em torno de questões concretas de cada escola: conquistaram-se mais funcionários, cacifos ou aquecimento para várias escolas. A força dos estudantes em protesto adiou ainda o corte do passe!

Este ano lectivo no dia 24 de Outubro e no dia 22 de Novembro milhares estudantes saíram uma vez mais às ruas de norte a sul do País!

Uma luta que também no ensino profissional vale a pena, uma luta que acabou com as propinas, na Escola Profissional de Ciências Geográficas.

Uma luta para continuar contra as propinas nas escolas que as cobram, os estágios não remunerados, o impedimento de actividades associativas por parte dos estudantes, os ataques à dignidade dos estudantes.

O Ensino Superior a reboque do processo de Bolonha tornou-se insustentável. As propinas e os custos de frequência levam ao abandono de milhares de estudantes. Cortam milhares de bolsas e privatizam ou encerram os serviços. O regime de gestão das instituições põe fim à democracia e abre as portas das escolas aos grandes grupos económicos, a privatização é uma realidade.

Os estudantes do superior sabem que vale a pena lutar e, apesar da necessidade de acabar o curso rapidamente e a sobrecarga de trabalhos e exigências e ter que trabalhar para pagar os estudos, saíram também à rua aos milhares nos últimos anos, tal como ficou demonstrado no passado dia 22 de Novembro. A luta vai continuar em cada escola e nas ruas contra esta política e as suas consequências específicas.

À juventude que quer trabalhar com direitos esta política impõe a brutal exploração, os baixos salários, os horários desregulados, a precariedade e o desemprego.

A precariedade é a antecâmara do desemprego. Há contratos mensais, semanais, diários e até de horas. Abundam os horários rotativos. A pressão e o medo de ser despedido são uma constante.

O Desemprego juvenil atinge o número brutal de 39%. 2 terços destes sem apoios sociais.

Novas gerações de trabalhadores com vida hipotecada, sem possibilidade de se autonomizarem.

Muitas vezes a única a saída é a emigração forçada, De Junho de 2011 a Junho de 2012 mais de 65 mil jovens abandonaram Portugal.

Vem o Governo dizer que o desemprego e a emigração são “oportunidades” e que temos de “sair da nossa zona de conforto”. Haja vergonha! Que saiam eles do seu “conforto” e deixem a juventude trabalhar. A juventude é a maior riqueza do País e temos forças, criatividade, conhecimento e somos uma geração capaz de contribuir para o desenvolvimento do País.

Essa força, essa determinação e coragem dos jovens trabalhadores ficou bem evidente nas lutas travadas pela CGTP e pela Interjovem, com grande expressão nas manifestações de jovens trabalhadores realizadas no quadro do dia nacional da juventude e com destaque para a participação dos jovens na Greve Geral de 14 de Novembro, muitos milhares, muitos deles em situação precária, que com coragem enfrentaram o medo e a pressão e fizeram greve, contribuindo para esta histórica jornada de luta.

A Juventude travou e trava uma dura e poderosa luta, com os jovens comunistas e a JCP em todos os processos, inseridos no movimento juvenil, ligado aos problemas e mobilizando a juventude. Um papel central da JCP com uma acção intensa e diversificada, de intervenção nas escolas, empresas e ruas, de iniciativa como o concurso de bandas ou o torneio de futsal, iniciativa politica em torno dos assuntos nacionais ou acções de grande demonstração de solidariedade como foi a Assembleia da Federação Mundial da Juventude Democrática que foi acolhida pela JCP, toda esta dinâmica e luta, não nos descansa, antes nos dá confiança para ir mais longe atrás das muitas potencialidades que temos pela nossa frente. Partamos para as escolas e locais de trabalho com a certeza que temos de ir mais longe com a unidade e luta da juventude.

Como dizia o manifesto à juventude aprovado no 9º congresso:

“Orgulhamo-nos de pertencer à organização revolucionária da juventude portuguesa, orgulhamo-nos de viver a lutar, orgulhamo-nos de participar na construção do futuro e é com imensa alegria que o fazemos. Somos felizes por viver e lutar porque, a alegria de viver e lutar vem-nos da profunda convicção de que é justa, empolgante e invencível a causa por que lutamos.”

E daqui da tribuna do 19º Congresso do Partido, orgulhamo-nos de ser a organização de juventude do PCP, deste partido único e insubstituível, onde a juventude ao lado dos trabalhadores teve, tem e terá um papel central na realização do sonho. Porque o sonho tem Partido. E esse Partido é o Partido Comunista Português

Pelos valores de Abril no futuro da juventude.

Viva a Juventude Comunista Portuguesa!
Viva o Partido Comunista Português!

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