Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

A situação na Síria

Estamos perante a repetição da manipulação e da pressão que conduziu à intervenção da NATO na Líbia. Apoiando abertamente a ingerência e a violação do Direito Internacional, a maioria do PE procura redesenhar a realidade à medida da ambição da NATO ou de países da região, nomeadamente a Turquia, que pretendem intervir militarmente na Síria.

Invocando a "incapacidade do governo sírio para assumir a sua responsabilidade de proteger a população", procuram criar as condições para impor a "abertura de corredores humanitários" na fronteira sírio-turca, o que só poderá ser feito pela via de uma intervenção militar. Apoiam, implicitamente, o "Exército Livre da Síria" e o recurso ao confronto interno para desencadear uma guerra civil. E escondem que entre as manifestações realizadas na Síria, quase todas têm como ponto comum a defesa da soberania do povo sírio, a integridade territorial do país e a recusa de qualquer intervenção externa, independentemente das mudanças que pretendem.

Uma escalada militar na Síria comporta o perigo de desestabilizar toda a região. A situação é complexa e o caminho está cheio de obstáculos para as ambições do imperialismo. Rússia e China parecem não estar dispostas a repetir o que fizeram com a Líbia no Conselho de Segurança da ONU.

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