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Ajuda humanitária aos refugiados saharauis - Resposta a Pergunta oral de Pedro Guerreiro no PE |
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Terça, 14 Novembro 2006 |
A Comissão é um dos principais doadores de ajuda humanitária aos
refugiados sarauís residentes nos campos sitiados no Sudoeste da
Argélia. Desde 1993, foram concedidos 117 milhões de euros para fazer
face às necessidades dos refugiados.
A ajuda concedida a título do exercício orçamental de 2006 eleva-se a
10.900.000 euros, representando, assim, um crescimento relativamente à
ajuda concedida a título do orçamento de 2005, nomeadamente, 9.311.000
euros. Foram adoptadas duas decisões financeiras, a primeira em
Fevereiro de 2006 para responder à urgência causada por inundações que
atingiram os campos (900.000 euros), a segunda em Julho de 2006 para
responder às necessidades humanitárias recorrentes a partir de Setembro
de 2006 (10.000.000 de euros).
A ajuda da Comissão visa, em primeiro lugar, dar resposta às
necessidades alimentares dos refugiados, através de um financiamento do
Programa Alimentar Mundial (PAM) no que diz respeito aos produtos de
base e de um financiamento de organizações não governamentais (ONG) no
que diz respeito ao fornecimento de produtos frescos. Esta dupla
diligência permite contribuir para fazer face às necessidades
alimentares de base, diversificando, simultaneamente, a alimentação dos
refugiados mediante um fornecimento de vitaminas e micronutrientes,
respondendo, assim, em parte, às recomendações contidas no estudo sobre
nutrição HCR(1)/PAM de 2005, que indicava uma deterioração da situação de nutrição dos refugiados.
Em segundo lugar, a ajuda da Comissão visa, de modo multisectorial,
melhorar as condições de vida dos refugiados. No quadro da decisão de
financiamento de 2006 (que abrange o último trimestre de 2006 e uma
grande parte de 2007), para além da ajuda alimentar, que representa
mais de metade do esforço financeiro, prevê-se o apoio a projectos de
ONG e das agências das Nações Unidas em domínios diversos, nomeadamente
a distribuição de ‘kits’ de higiene (às mulheres), a distribuição de
tendas, o apoio ao sistema de saúde, a gestão dos resíduos, a adução de
água, actividades a favor das crianças em idade escolar, bem como dos
deficientes, e a vacinação.
Para além do fornecimento de ajuda humanitária, a Comissão, mercê da
sua presença, permanente em Argel, e regular nos campos, tenciona
assegurar o acompanhamento da execução dos projectos por si
financiados, a avaliação das actuais necessidades e a coordenação dos
esforços de ajuda envidados por diferentes organizações e doadores. A
este título, a Comissão está consciente da crítica situação em que se
encontra o ‘pipeline’ alimentar do Programa Alimentar Mundial, situação
esta que suscitou apelos de urgência por parte de diversas
organizações. Entretanto, a Comissão constata, terem-se, desde então,
concretizado diversas contribuições de doadores para o PAM, o que
assegura a cobertura financeira das necessidades alimentares de base
até finais de 2006. É provável que se verifiquem algumas dificuldades
logísticas relativamente ao encaminhamento das necessidades alimentares
para a distribuição a ter lugar em Novembro de 2006. No entender da
Comissão, não há que adoptar medidas especiais de urgência, havendo,
antes, que continuar a implementar a ajuda alimentar de acordo com o
previsto na decisão de financiamento de 2006, visando precaver novas
roturas nas entregas da ajuda.
(1) Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
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