Partido Comunista Português
Para uma resposta da UE às situações de fragilidade - Intervenção de Pedro Guerreiro no PE
Quinta, 15 Novembro 2007
pedro-guerreiroNa sessão plenária do Parlamento Europeu, a decorrer esta semana em Estrasburgo, o deputado Pedro Guerreiro interveio sobre a declaração da Comissão Europeia sobre a resposta da UE às situações de fragilidade em determinados países.

 

Declaração da Comissão - Para uma resposta da UE às situações de fragilidade: compromisso em prol do desenvolvimento sustentável, da estabilidade e da paz em ambientes difíceis

Sem dúvida que é urgente mais e melhor ajuda humanitária, num mundo cada vez mais desigual e injusto, onde é galopante a concentração da riqueza nuns poucos, à custa da exploração e da miséria de milhões.

Sem dúvida que é urgente mais e melhor cooperação para o desenvolvimento, num mundo confrontado com uma nova corrida aos armamentos e pela crescente militarização das relações internacionais, liderada pelos EUA e seus aliados.

Por isto mesmo, encaramos com grande preocupação as tentativas de subordinar a ajuda ao desenvolvimento a estratégias de «segurança», promovendo a sua instrumentalização para a concretização de objectivos, mais ou menos dissimulados, de ingerência, de depredação de recursos e de neocolonialismo.

Na análise da situação internacional não se deverão omitir ou desvalorizar as "causas externas" que, fomentando e agudizando contradições, quantas vezes estão na raiz dos problemas. Bastaria a lista, mais que subjectiva, dos denominados "Estados frágeis" elaborada pelo Banco Mundial para que tal fosse uma evidência. Quantas situações de ingerência e de agressão externa esta não reflecte?

Sim. É urgente uma agenda de cooperação e de desenvolvimento que dê resposta às mais elementares necessidades de milhões de seres humanos, baseada no respeito da soberania e independência nacionais e na solução pacífica dos conflitos internacionais. Uma agenda que impulsione a desmilitarização das relações internacionais, que promova relações económicas equitativas e justas e a anulação da dívida externa, já mais que paga.

Uma agenda que combata as políticas que estão na causa das profundas injustiças e desigualdades e que construa um mundo mais justo, mais pacífico, mais solidário e mais humano.