O PCP considera que as declarações do
Ministro Augusto Santos Silva são, em primeiro lugar, uma tentativa de última
hora para condicionar a participação na manifestação nacional de professores
que hoje se realiza.
Revelam uma clara desorientação do
Governo PS que em vez do diálogo e da serenidade para encontrar soluções
procura uma escalada verbal com novas
linhas de confronto com os professores, os dirigentes e activistas sindicais.
O absurdo ataque que fez ao PCP, é
tanto mais inaceitável quanto o Sr. Ministro sabe que no quadro dos direitos
constitucionais temos a concepção de que os protestos devem ser dirigidos ao
poder político e às associações patronais e não a instalações ou actividades
partidárias.
Não podemos deixar também passar em
claro o insulto que o Sr Ministro fez à memória de Álvaro Cunhal, figura
cimeira da luta pela liberdade e a democracia em Portugal, que pagou com
incontáveis sacrifícios e privações essa sua coerência e dedicação aos
interesses dos trabalhadores, do povo e da democracia portuguesa.
As insensatas declarações do Ministro
Santos Silva, no seguimento de iniciativas de condicionamento do direito de
manifestação e greve dos últimos dias, associadas ao propósito do Governo de
agravar o confronto político e social que atinge os interesses dos
trabalhadores e da população, em particular a anunciada alteração para pior do
Código do Trabalho e a desestabilização social na educação e em toda a Administração
Pública, evidenciam a justeza dos protestos e exigem que o Governo ponha de
parte a sua arrogância e assuma uma atitude favorável à solução dos problemas
económicos, políticos e sociais com que o País se depara.
Nota do Gabinete de imprensa do PCP
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