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Sobre os resultados eleitorais para a Câmara Municipal de Lisboa
Segunda, 16 Julho 2007

cdulisboa.jpgSobre os resultados eleitorais para a Câmara Municipal de Lisboa, a Comissão Política do PCP salientou o importante resultado obtido pela CDU com a eleição de 2 vereadores reafirmando que estes «são a mais sólida garantia para a defesa dos interesses da população, para a afirmação de valores e propostas que o seu projecto alternativo e de esquerda comporta e para uma firme atitude em defesa os direitos da cidade junto do governo e da administração central».

 

Sobre os resultados eleitorais para a Câmara Municipal de Lisboa
Comunicado da Comissão Política do CC do PCP

Tendo-se realizado as eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa que se traduziram num importante resultado da CDU, a Comissão Política do Comité Central do PCP procedeu a uma análise dos resultados e da sua importância para a cidade e para o país.

 

1. O importante resultado obtido pela CDU - traduzido em 9,53% dos votos e na eleição de dois vereadores - constitui, apesar de uma ligeira quebra em percentagem, uma expressiva afirmação da CDU, do seu trabalho e do seu projecto para a cidade de Lisboa. Num quadro mais vasto e dispersivo de candidaturas (12), a votação agora obtida, confirma a CDU como a terceira força política na cidade e uma força de inegável influência, presença necessária e indispensável para a solução dos seus problemas e para a defesa dos interesses da população.

Este importante resultado não está desligado do conteúdo do trabalho autárquico da CDU e dos seus eleitos na cidade de Lisboa ao longo de mais de 30 anos de poder local democrático, da sua ligação à vida e aos problemas dos lisboetas, da sua presença e intervenção nos bairros e freguesias, e do papel desenvolvido com a população na defesa de direitos e na luta por uma vida melhor.

A votação agora obtida pela CDU, não é separável da campanha de contacto directo com os lisboetas que, durante cerca de dois meses envolveu largas centenas de activistas, realizou mais de quatro centenas de iniciativas, contactou com centenas de milhar de pessoas e que deu um valioso contributo com o objectivo de assegurar uma importante participação democrática.

2. A elevada abstenção registada nestas eleições, traduzida em mais de 62%, para além de outros factores subjectivos, é também expressão do prolongado processo de descredibilização que a actual gestão da autarquia e dos casos que a envolveram gerou, na descrença na possibilidade de uma real mudança no quadro desta eleição, e sobretudo, sinal de um profundo desencanto e descontentamento que as políticas do governo têm criado para a vida da população.


3. O resultado agora obtido pelo PS - a eleição do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, com a menor percentagem e número de votos de sempre - não pode deixar de ser lido para além do resultado autárquico em si.

Numa situação em que PSD e CDS/PP acumularam o maior descrédito de sempre na cidade e em que seria presumível que o PS dele pudesse beneficiar, a votação do PS e de António Costa constitui, sem dúvida, quando comparado com o resultado obtido pelo PS nas legislativas de 2005 (42.5%), uma significativa redução da base de apoio do PS e condenação da política de direita do actual Governo.

Apesar dos apoios, da pressão e até da permanente chantagem, a maioria relativa obtida pelo PS - com apenas 29,54 % dos votos - fica manifestamente aquém das expectativas e da maioria clara, absoluta de facto, que havia reclamado. O resultado do PS, confirma uma reduzida credibilidade política decorrente não apenas do percurso de compromissos com a direita na autarquia da capital, mas também, pela política anti-social, anti-popular e de ataque aos direitos dos trabalhadores e das populações que prossegue no país.

Não é possível deixar de observar com alguma inquietação que o PS esteja tentado a manter, no essencial, uma orientação política encostada à direita e aos interesses que por detrás se animam e perpetuam, como o indiciam algumas das suas declarações e propostas, de que são exemplo os convites a proeminentes figuras da direita como Júdice ou Nogueira Pinto para exercerem funções de topo na gestão da autarquia ou em áreas com incidência directa na cidade. 

4. A votação obtida pelo PSD e pelo CDS/PP traduz uma profunda quebra eleitoral, sem precedentes e de inegável significado. A votação destes dois partidos que no conjunto havia atingido 48,3% em 2005, não ultrapassa agora os 19,4%, num quadro em que o PSD fica ao nível do seu pior resultado de sempre com 15,7% dos votos (contra 42% obtidos em 2005) e o CDS/PP - que já chegou a deter durante mais de uma década a presidência da Câmara - confirma o seu desaparecimento como força autárquica não elegendo nenhum vereador e quedando-se pelos 3,7% dos votos. Estes resultados - que mesmo adicionados com a votação obtida por Carmona significam uma perda global superior a 12 % - decorrem das pesadas responsabilidades que ambos os partidos assumiram, com a situação desastrosa a que a cidade de Lisboa e a sua gestão foram conduzidos nos últimos 6 anos.  

5. As votações obtidas por Carmona Rodrigues e Helena Roseta - 16,70% e 10,21% respectivamente - são sobretudo produto de uma campanha destinada a iludir a natureza destas candidaturas e a explorar demagogicamente preconceitos contra os partidos políticos. Procurando apresentar-se como independentes e escondendo que na sua origem estavam processos de dissidência partidária - em ambos os casos concorrendo com listas de cidadãos eleitores porque PS e PSD lhes recusaram a pretensão de serem candidatos por esses partidos - estas candidaturas reflectem essencialmente projectos políticos e pessoais que extravasam a cidade de Lisboa.

No caso concreto de Carmona Rodrigues, tendo em conta que se tratava do Presidente demissionário, é claro, que este procurou vitimizar-se para escamotear as suas grandes responsabilidades pelo atoleiro a que conduziu a cidade e as graves suspeitas de que a sua gestão é alvo.  

Estas candidaturas, pela intervenção e espaço que lhes foi concedido, metendo todos no mesmo saco e escondendo o seu próprio percurso, animaram mais uma etapa do perigoso discurso contra os partidos políticos. A Comissão Política do CC do PCP reafirma, que o desenvolvimento destas concepções encerram em si um conteúdo profundamente anti-democrático e que a sua promoção insere-se na descaracterização do regime democrático. 

6. A Comissão Política do CC saúda a população de Lisboa e todos os que reiteraram o seu voto e confiança na CDU e, muito em particular, os militantes do PCP e do PEV, os jovens comunistas e todos os activistas da CDU que ergueram uma intensa campanha de esclarecimento e de consciencialização sobre os principais problemas da cidade, sobre quem são os responsáveis pelo estado a que Lisboa foi conduzida pelas opções de direita e as propostas e projecto da CDU para o futuro de Lisboa.

7. A Comissão Política do CC do PCP reafirma que os eleitos da CDU na Câmara Municipal de Lisboa são a mais sólida garantia para a defesa dos interesses da população, para a afirmação de valores e propostas que o seu projecto alternativo e de esquerda comporta e para uma firme atitude em defesa os direitos da cidade junto do governo e da administração central.

Com a credibilidade que o seu percurso de trabalho e de intervenção coerente lhe confere, a CDU reafirma a sua determinação em contribuir para encontrar as melhores soluções que sirvam os interesses da cidade e da sua população assentes numa clara e inequívoca ruptura com as opções políticas de direita e numa assumida afirmação da autonomia do município de Lisboa.

Hoje, como em todo o passado de mais de três décadas de trabalho nas autarquias da cidade, a CDU representará, pela sua presença, uma contribuição positiva e participação activa nas soluções que melhor sirvam Lisboa e a mais sólida garantia de uma acção que assegure uma gestão transparente, norteada pela defesa do interesse público, próxima das populações e dos seus problemas.

Para lá deste mandato intercalar de dois anos a CDU afirma-se como a força alternativa necessária à solução dos problemas de Lisboa.


A Comissão Política do CC do PCP

 

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