Partido Comunista Português
Processo orçamental 2007 - Intervenção de Pedro Guerreiro no PE
Terça, 24 Outubro 2006
Não surpreendentemente, a proposta do Parlamento Europeu para o Orçamento comunitário para 2007, representando 1,04% do Rendimento Nacional Bruto (RNB) Comunitário, apesar de melhorar quer a proposta da Comissão Europeia (que representa 0,99%) quer a do Conselho Europeu (que representa 0,98%) em termos de volume de pagamentos, fica aquém, logo no primeiro ano, do acordado nas Perspectivas Financeiras - isto é 1,06% do RNB comunitário -, que considerámos já de si insuficientes para promover uma real coesão económica e social, nomeadamente face às necessidades de uma União Europeia alargada.
Considerando que esta é uma fase do processo negocial, esperamos que ao contrário do que aconteceu no passado, o Parlamento Europeu procure, ao menos, que se respeitem o mais possível os montantes mínimos estipulados nas Perspectivas financeiras para 2007, colocando estes meios financeiros ao serviço de uma efectiva política de coesão económica e social e de uma real política de cooperação e desenvolvimento.
Embora considerando positivas a aprovação em sede da Comissão de orçamentos do Parlamento Europeu de propostas de alteração específicas por nós apresentadas, lamentamos, contudo, a rejeição de outras importantes propostas, designadamente:
- A criação de medidas compensatórias para fazer face ao aumento do preço dos combustíveis no sector das pescas e a criação de um programa comunitário de apoio à pequena pesca costeira e artesanal, para dar resposta aos problemas específicos deste segmento do sector, aliás, em coerência com posições anteriormente aprovadas pelo Parlamento Europeu;
- Ou ainda, o reforço da verba destinada à convergência, no Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, para a compensação integral das denominadas regiões de efeito estatístico, como o Algarve, que sofrem este ano um corte de cerca de 20%.