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Com?cio comemorativodo 78? anivers?rio do PCP
Interven??o de Carlos Carvalhas
Sábado, 06 Março 1999
Ao celebrarmos o anivers?rio do nosso Partido, celebramos tamb?m a luta corajosa, abnegada e generosa de muitos homens e mulheres que deram o melhor da sua vida ? causa da liberdade e da democracia, ? causa da justi?a social e do socialismo.Celebramos o papel inconfund?vel na luta do povo portugu?s de um Partido, que esteve sempre na primeira linha de combate por direitos, garantias, transforma??es e avan?os de civiliza??o que hoje para muitos portugueses e para as novas gera??es s?o t?o naturais como o ar que se respira, mas que custaram muito trabalho, muita determina??o e muitos sacrif?cios.E aqueles que mil vezes decretaram a nossa morte ou o nosso desaparecimento aqui nos t?m, celebrando o 78? anivers?rio do nosso Partido, de cabe?a erguida, orgulhosos do nosso patrim?nio de luta, confiantes e empenhados em conquistar um futuro melhor para o nosso povo.Aqueles que mil vezes nos representaram negativamente atrav?s dos seus preconceitos e das suas caricaturas, aqui nos t?m num efectivo processo de rejuvenescimento e renova??o, voltados para a resolu??o dos problemas e para uma maior interven??o e liga??o aos trabalhadores e ao povo.Aqui nos t?m conscientes das potencialidades e energias que temos e das dificuldades e dos problemas que queremos vencer, voltados para o futuro comemorando 78 anos de luta ao servi?o do povo e do pa?s.Aqui nos t?m a celebrar o anivers?rio do nosso Partido que ao longo da sua hist?ria soube sonhar, criar, organizar e lutar pela liberdade, pela democracia, pela transforma??o social, por uma vida melhor para os trabalhadores e trabalhadoras, por um Portugal de progresso e justi?a, o Partido Comunista Portugu?s!Este nosso com?cio comemorativo do 78? anivers?rio do nosso Partido realiza-se nas v?speras de importantes batalhas de cujo resultado depende muito o futuro do nosso pa?s. Refira-se nomeadamente as batalhas eleitorais para o Parlamento Europeu e Assembleia da Rep?blica.At? ?s elei??es a AD e o PS v?o encenar duas grandes posturas:A primeira, de que h? entre AD e PS grandes diverg?ncias.A segunda, mostrarem-se muito preocupados com os problemas sociais.S?o duas grandes encena??es com grandes tiradas teatrais para "ca?arem" os votos dos portugueses.Mas qual ? a realidade? Tirando as quest?es secund?rias, durante estes tr?s anos a grande acusa??o do PSD e do PP ao PS foi a de que o PS dialoga e n?o governa...Por sua vez, o PS negando tal acusa??o, gaba-se de ter privatizado mais e mais rapidamente do que o PSD, o que ? na verdade um grande feito para quem se diz socialista.O PSD acusa tamb?m o PS de ter nomeado mais "boys" para o aparelho de Estado que os governos de Cavaco Silva, o PS diz que 10.000 ? exagerado mas n?o nega que tenha nomeado largos milhares de boys. Passou-se dos empregos com cart?o cor de laranja para os empregos com cart?o rosa.? caso para dizer: entre os dois procedimentos ?ticos venha o diabo e escolha.Em rela??o ?s privatiza??es, aos benef?cios fiscais dados ao capital financeiro, ? modera??o salarial, ou no quadro da Uni?o Europeia, em rela??o ao "Pacto de Estabilidade", aos crit?rios de Maastricht e ? pol?tica neoliberal em geral, quais s?o as grandes diferen?as entre o PSD e o PS?Dir-me-?o, mas o PSD atacou o Grupo Sonae, de Belmiro de Azevedo. Certo.Na disputa de mercados, de benesses, de favores do Estado ? natural que umas vezes o PS esteja com certos grupos econ?micos e o PSD com outros.Mas, quando a linha de separa??o de ?guas ? entre o capital e o trabalho, logo se sabe de que lado est?o.Durante estes tr?s anos nem o PSD, nem o PP, nem o PS, agora no Governo, apoiaram qualquer luta dos trabalhadores, qualquer reivindica??o salarial ou qualquer greve.Algu?m os viu, por exemplo, a defender, ou a apoiar os trabalhadores da t?xtil na luta pela redu??o do hor?rio de trabalho para as 40 horas?Algu?m os viu ao lado dos trabalhadores da Administra??o P?blica na luta pelo aumento de vencimentos?Nem aqui, apesar de ser o Estado a pagar, pois sabem que os aumentos na Fun??o P?blica servem de matriz para os aumentos no sector privado...Algu?m os ouviu a defender os sinistrados do trabalho contra os abusos das Seguradoras privadas?Algu?m os ouviu a combater o trabalho prec?rio, o trabalho clandestino ou mesmo o trabalho infantil?Em rela??o ? "separa??o de ?guas" h? apenas uma for?a na Assembleia da Rep?blica que d? voz a estas causas ? o PCP, a CDU e as suas componentes.E por isso dizemos aos portugueses e portuguesas, que est? na sua m?o contribu?rem para uma viragem ? esquerda na pol?tica portuguesa, refor?ando com o seu voto a CDU.A principal quest?o que se coloca nestas elei??es ? a altera??o da rela??o de for?as entre o PCP e o PS.Podemos dizer com verdade que o que de mais positivo se aprovou e o que de mais negativo se travou tem a marca da luta, da proposta, do projecto, do voto do PCP.Empreendimentos como o Alqueva, leis t?o diversas como a do "Rendimento M?nimo", a garantia do direito ? igualdade de tratamento no trabalho e no emprego, a garantia de alimentos devidos a menores, a rede nacional p?blica do Pr?-escolar, a extens?o a todos os distritos dos Centros de Apoio aos toxicodependentes, o aumento extraordin?rio dos reformados, o combate ?s listas de espera no Servi?o Nacional de Sa?de, a baixa das tarifas da electricidade, as altera??es na tributa??o do IRS que dever?o permitir que 750 mil portugueses, de mais baixos rendimentos, fiquem isentos de IRS e cerca de 2 milh?es descontem menos, foram conseguidos com a interven??o, a press?o e a luta do PCP.Muito mais se teria conseguido se tiv?ssemos mais for?a.E que ningu?m se engane. As medidas mais negativas, nomeadamente em rela??o ? legisla??o do trabalho, seriam rapidamente convertidas em lei e aplicadas com celeridade se os resultados eleitorais fossem particularmente favor?veis ao PS.At? ?s elei??es o PS a par de algumas medidas demag?gicas, vai evitar o mais odioso e o mais facilmente contest?vel para apanhar os votos dos portugueses que lhe permita prosseguir depois com as m?os mais livres esta pol?tica.Por isso reafirmamos com verdade, que os votos na CDU d?o a garantia inequ?voca de servir os interesses dos portugueses, de refor?arem a exig?ncia de uma pol?tica de esquerda, de pesarem eficazmente nas solu??es pol?ticas e governativas.Passaram mais de tr?s anos e as grandes reformas estruturais e desde logo a reforma fiscal ficaram no tinteiro. E como se compreende a reforma fiscal ? fundamental n?o s? em termos de justi?a relativa, como pelos meios que pode libertar para a concretiza??o com ?xito das reformas da sa?de, do ensino, da justi?a e da seguran?a social.? certo que o PSD tamb?m acusa o PS de n?o ter feito as reformas estruturais que prometeu, mas tamb?m ? uma realidade que as propostas do PSD e do PP v?o n?o no sentido do seu aprofundamento, mas no sentido da privatiza??o e do retrocesso, do negocismo, nomeadamente com a sa?de e a seguran?a social dos cidad?os.Em todas estas ?reas o PCP apresentou medidas e propostas concretas no sentido do aprofundamento dos direitos, da racionalidade e efic?cia na utiliza??o dos meios, de mais garantias e presta??o de melhores servi?os ? popula??o.Apresent?mos propostas em todas as ?reas, realiz?mos h? poucas semanas uma interpela??o sobre sa?de e tamb?m ainda recentemente apresent?mos um conjunto articulado de medidas sobre a justi?a. Em rela??o a esta ?rea n?s n?o podemos estar de acordo com a sua morosidade, com o seu custo elevado, com a desigualdade dos cidad?os no acesso ? informa??o judici?ria, ao direito e aos tribunais e na concretiza??o efectiva de direitos e utiliza??o das garantias processuais. Preocupa-nos o sistema prisional que reproduz o crime, as doen?as e as injusti?as em vez de assegurar ou contribuir para uma efectiva reinser??o do condenado na sociedade. Preocupa-nos que possa haver uma postura de classe em rela??o aos crimes dos "colarinhos brancos", preocupa-nos a morosidade das investiga??es judiciais e das decis?es dos tribunais e por isso apresent?mos medidas porque o que pretendemos ? que os trabalhadores e o povo tenham direitos efectivos concretizados na vida quotidiana.
Um novo rumo para a constru??o europeia
As elei??es para o Parlamento Europeu j? est?o na ordem do dia. As nossas posi??es s?o claras.N?s n?o temos uma vis?o abstracta ou id?lica da Europa.H? a "Europa" que tem as suas ra?zes em factos hist?ricos como os da inquisi??o, do colonialismo e o do neocolonialismo, do nazi-fascismo, ou nas do nacionalismo ser?dio, no racismo e na xenofobia.E h? a Europa das luzes, do humanismo, dos sindicatos, das conquistas sociais, do movimento oper?rio, da Revolu??o francesa e da Revolu??o de Outubro. ? nesta Europa que nos situamos e ? por isso que queremos um outro rumo para a constru??o europeia.Uma Uni?o Europeia que realize o princ?pio da "coes?o econ?mica e social" e o pleno emprego e n?o a "Uni?o Europeia" dos milh?es de pobres e desempregados.Uma Uni?o Europeia com uma grande dimens?o social e ambiental, respeitadora dos interesses tanto dos pequenos como dos grandes pa?ses, que n?o dilua o nosso pa?s como se fosse uma regi?o sem rosto numa Europa comandada por um direct?rio de grandes pot?ncias, como defendem os federalistas.Uma Uni?o Europeia mais democr?tica com as decis?es mais pr?ximas dos cidad?os.N?o deixa de ser curioso que muitos dos que ontem nos criticavam e afirmavam que ?ramos alarmistas, s?o hoje os primeiros a dizer que a Agenda 2000 tal como foi proposta prejudica enormemente o nosso pa?s, que o Pacto de Estabilidade tem que ser flexibilizado, que a reforma da PAC n?o tem em conta a especificidade da agricultura portuguesa e que mais importante que a converg?ncia nominal ? a converg?ncia real das economias.N?s n?o podemos consentir que se continue a arruinar a nossa agricultura e as nossas pescas e importantes sectores da nossa industria. Num pa?s com uma produ??o t?o insuficiente ? uma afronta ver pagar-se para abater barcos de pesca; pagar-se para se ter campos abandonados; enterrar fruta que falta em casa de tantas fam?lias.Por isso, n?s exigimos firmeza nas negocia??es em curso e n?o palmadinhas nas costas e sorrisos balofos.A defesa dos interesses nacionais e de um novo rumo para a constru??o europeia exige empenho, luta e converg?ncia da ac??o com outras for?as comunistas, progressistas e ecologistas. Tamb?m por isso, valorizamos o "Apelo Comum", assinado por v?rios partidos progressistas e comunistas europeus, dirigido aos povos da Europa para que nestas elei??es europeias reforcem aqueles que lhes d?o voz.A nossa lista para o Parlamento Europeu ? composta por homens e mulheres com provas dadas, tem como cabe?a de lista a camarada Ilda Figueiredo e ter? uma significativa percentagem de mulheres.Damos assim um forte sinal a que nos t?nhamos comprometido. Tamb?m contamos na lista, como sabem, com o camarada Jos? Saramago e com destacados cidad?os da cultura, do movimento sindical e do mundo do trabalho.Com a forte presen?a feminina queremos tamb?m expressar o valor que damos ? participa??o da mulher em igualdade.E em rela??o a estas quest?es, n?o por simples tradi??o mas antes de acordo com a nossa orienta??o e luta de muitos anos, queremos tamb?m da tribuna deste nosso com?cio saudar o Dia Internacional da Mulher, s?mbolo maior de uma longa caminhada das mulheres pela conquista, defesa e afirma??o dos seus direitos, s?mbolo maior de um dos grandes combates civilizacionais que atravessaram este s?culo e que entrar? no s?culo XXI para novos avan?os contra preconceitos e discrimina??es, contra constrangimentos e condicionantes sociais, econ?micas, pol?ticas e culturais que ainda hoje tanto prejudicam o pleno reconhecimento e a concretiza??o na vida de just?ssimas aspira??es de igualdade e emancipa??o. Se outras raz?es n?o houvesse, o debate e a vota??o anteontem realizados na Assembleia da Rep?blica sobre a proposta de lei do Governo de imposi??o por lei de quotas obrigat?rias de participa??o feminina nas listas eleitorais para a AR e o PE justificam que tamb?m aqui voltemos a abordar esta mat?ria, insistindo em alguns pontos fundamentais para a compreens?o da posi??o que o PCP assumiu e que o PS procura desonestamente caricaturar e falsificar.Desde logo, um primeiro ponto que deve ficar claro ? que compreendemos e respeitamos que em torno desta quest?o, que comporta uma ineg?vel complexidade, haja posi??es diversas e, por isso, queremos afirmar que n?o vemos nenhum drama nesse facto e tamb?m que ele n?o justifica qualquer crispa??o.Um segundo ponto ? para denunciar a manobra hip?crita que os dirigentes do PS continuam a desenvolver e que consiste em um Partido como o PS, que tem 12,5% de mulheres na Assembleia da Rep?blica, pretender dar li??es sobre participa??o pol?tica das mulheres ao PCP e ao PEV que, em conjunto, t?m na Assembleia da Rep?blica, 26,7 % de deputadas. Sinceramente, era s? o que faltava que os alunos mais c?bulas se viesse armar em catedr?ticos! Um terceiro ponto ? para afirmar que n?o haveria nada mais falso e redutor do que dizer secamente que o PCP esteve contra a lei das quotas do PS e ponto final par?grafo. Com efeito, o PCP n?o se limitou a dizer n?o ? proposta do Governo porque pensa e disse muit?ssimo mais.Que ningu?m queira tapar o sol com uma peneira: o PCP n?o alinhou por nenhuma atitude do g?nero ?est? tudo bem como est??, do g?nero ?n?o h? nenhum preconceito contra as mulheres?, do g?nero ?n?o h? nada a fazer? a n?o ser esperar pela espont?nea evolu??o das mentalidades ou pela supera??o dos factores socioecon?micos que inegavelmente tamb?m tem dificultado uma maior participa??o das mulheres na vida pol?tica. N?o. Bem pelo contr?rio, a anos-luz destas posi??es resignadas para n?o dizer conservadoras e rotineiras, o PCP sublinhou com for?a que, sem preju?zo da imperiosa necessidade de se enfrentar com aud?cia os problemas de fundo que pesam sobre esta quest?o, era justo e, mais do que justo, era indispens?vel que as for?as pol?ticas se empenhassem voluntariamente em assegurar uma maior participa??o feminina nas suas listas e no ?rg?os de poder, assim dando um sinal e um testemunho que, n?o resolvendo todos os problemas, ser?o sem d?vida um estimulo para as mudan?as maiores que s?o necess?rias.Com a autoridade e a credibilidade de sermos o Partido que, como ? reconhecido, tem feito um maior esfor?o e apresenta melhores indicadores de participa??o feminina, do que discord?mos foi da op??o de se querer resolver por via de uma imposi??o legal aquilo que a nosso ver, devia e deve ser um compromisso livre e responsavelmente assumido pelos partidos. Do que discord?mos foi de uma proposta que, mesmo na l?gica dos defensores das quotas impostas por lei, teria ent?o de sofrer a cr?tica de apenas se preocupar com o universo de 230 eleitos da AR e de 25 do PE, deixando estranhamente de fora o universo dos 40.000 eleitos do poder local e os milhares de cargos de nomea??o governamental. Do que discord?mos foi da desprestigiante situa??o em que cairiam partidos que dessem o espect?culo de, s? por imposi??o legal e sob a amea?a de n?o poderem concorrer ?s elei??es, conseguirem fazer o que at? aqui n?o quiseram ou n?o conseguiram fazer voluntariamente.E foi por tudo isto que diss?mos e mantemos, que nos parecia ser melhor caminho ? ali?s percorrido com ?xito em muitos pa?ses ? o da auto regula??o e livre decis?o dos partidos. E, por isso, pela nossa parte assumimos o compromisso p?blico de, nas pr?ximas elei??es refor?ar a participa??o feminina nas nossas listas em grau superior aos 25% propostos pela proposta de lei do Governo e, ao mesmo tempo, desafi?mos os outros partidos a assumirem id?nticos compromissos, sendo sabido que o PS foi o ?nico partido que o n?o quis.Mas, al?m de tudo isto, dissemos algo mais que nos parece muito importante mas que algumas pessoas parecem n?o achar nada interessante. Dissemos que, para melhor garantia de que os partidos respeitassem os compromissos assumidos, era indispens?vel que os cidad?os e os eleitores passassem a integrar na sua avalia??o dos partidos o maior ou menor grau de empenho que cada um colocar no refor?o da participa??o feminina e que, na hora de votar, ajustassem contas com os que n?o cumprem e premiassem eleitoralmente os que cumprem.Ver? pouco quem pensar que este nosso apelo aos eleitores ? apenas uma habilidade pol?tica. Porque este nosso apelo ?, do ponto de vista democr?tico, de uma riqueza e de um valor infinitamente superiores ? da mera imposi??o administrativa de uma lei. Porque, para este tema - como ali?s ? necess?rio para muitos outros, estamos assim a convocar a responsabilidade directa dos cidad?os e a valorizar o papel da sua opini?o e da sua vontade, porque estamos a sublinhar que ? nas escolhas eleitorais que fizerem que est? um poderoso instrumento para castigar o que est? mal e apoiar o que est? bem ou quem se porta melhor.Uma coisa ? certa: pela nossa parte, estamos muito determinados e confiantes em que, no momento da apresenta??o de candidatos da CDU ?s elei??es deste ano, os portugueses possam ter mais uma prova da sinceridade, da seriedade e do sentido da responsabilidade com que encaramos o refor?o necess?rio e indispens?vel da participa??o das mulheres na vida pol?tica nacional.
Sempre com os trabalhadores e com o povo
Este Partido com uma hist?ria de 78 anos, Partido de resist?ncia e de luta, Partido de constru??o e proposta, pode afirmar hoje, no limiar de um novo s?culo, em novas condi??es e perante novas realidades, que continua e queremos que continue a ser o Partido das grandes causas sociais, com um ideal e um projecto de transforma??o e emancipa??o humana.Pela sua natureza e ideologia, o PCP soube estar na primeira linha da defesa dos interesses e direitos da classe oper?ria e dos trabalhadores, das justas reivindica??es das camadas m?dias. Nunca regateou esfor?os e energias na luta e nas causas dos agricultores, dos estudantes, das mulheres, dos reformados e mais desfavorecidos, dos pequenos e m?dios empres?rios, dos criadores culturais, da intelectualidade, intervindo a todos os n?veis da sociedade.? a vida que faz prova da afirma??o. Quisemos e soubemos afirmar o nosso Partido, dando ?nimo, solidariedade e confian?a aos trabalhadores e ao movimento sindical em momentos decisivos, para travar e adiar o pacote laboral do Governo. Protagonizado por homens e mulheres concretos que incorporam o nosso grande colectivo partid?rio, estivemos ? frente da luta contra os despedimentos, fosse ali nos Cabos D'?vila ou na Renault, na luta contra as privatiza??es e a retirada de direitos, fosse na EDP, nas comunica??es, nas cimenteiras ou no sector dos transportes ferrovi?rios, a?reos, nos portu?rios, na luta por melhores sal?rios e melhores direitos, fosse na Petrogal ou na Auto-Europa, na Administra??o Central ou Local, na metalurgia e qu?mica, na constru??o civil, na t?xtil, nas ind?strias el?ctricas ou nos estabelecimentos fabris das For?as Armadas. Mas tamb?m marc?mos presen?a e proposta nas lutas mais justas dos agricultores, dos pescadores, no protesto p?blico e na reivindica??o estudantil, na manifesta??o dos reformados, na den?ncia e na iniciativa das mulheres pela igualdade e contra as discrimina??es, na divulga??o das inquieta??es e das propostas de pequenos e m?dios comerciantes e industriais.
Pela dignidade dos reformados
Na verdade ainda no passado s?bado centenas de reformados desfilaram entre a Pra?a do Com?rcio e a Pra?a da Figueira, reivindicando melhores condi??es de vida e melhor seguran?a social, sublinhando que 1,8 milh?es de reformados t?m pens?es inferiores a 32 mil escudos e que 39% das fam?lias portuguesas vivem abaixo do n?vel de subsist?ncia, sendo os reformados pensionistas e idosos os mais atingidos.Daqui queremos saudar todos os reformados e dizer-lhes que podem continuar a contar com o PCP em defesa das suas justas reivindica??es, sem demagogias e sem criar falsas expectativas, como outros despudoradamente o t?m feito, jogando com as suas fragilidades.Por isso queremos desta tribuna desafiar o governo para que concretize em Abril a segunda fase do aumento extraordin?rio dos reformados abrangendo os que ficaram exclu?dos. Seria uma boa not?cia, uma medida justa e tamb?m uma boa forma de se assinalar o 25? anivers?rio do 25 de Abril.O governo est? comprometido a avan?ar com a segunda fase do aumento extraordin?rio.O nosso desafio ? que o fa?a j? em Abril, que se deixe de "eleitoralices" e n?o espere pela v?speras das elei??es.N?o nos venha dizer que n?o pode ser em Abril, que s?o precisos mais quatro ou cinco meses para angariar os meios necess?rios, pois o governo sabe que isso ? falso.H? condi??es para se avan?ar em Abril com o aumento extraordin?rio de pens?es e reformas e de uma forma mais generalizada.Aqui fica o desafio dirigido ao Primeiro-Ministro e ao Ministro da Solidariedade Social.Os reformados e o 25 de Abril merecem-no.Estivemos com a JCP nas lutas e apoi?mos as reivindica??es juvenis. Apoi?mos as lutas dos estudantes por melhor ensino, por uma lei de financiamento do superior, pelas sa?das profissionais.E neste ano em que a JCP realiza o seu Congresso daqui lhe queremos dirigir uma sauda??o muito especial certos de que lhes n?o faltar? nem o ?nimo, nem a determina??o em prosseguir a luta com a juventude por um futuro melhor.Se nessas lutas, se nas lutas sindicais, das comiss?es de trabalhadores e das empresas, a comunica??o social fizesse uma legenda, acrescentando a identifica??o partid?ria ao nome dos dirigentes e aos que mais se destacam na luta, os trabalhadores e o povo portugu?s teria a verdadeira dimens?o, da combatividade e do valor deste Partido.E que outro Partido ? capaz de ser assim na luta concreta e quotidiana no terreno e, simultaneamente nas institui??es, no Parlamento Europeu, na Assembleia da Rep?blica, nas Autarquias; capaz de assumir essa ac??o e esse combate, acolher aspira??es e fazer propostas?E ? com base nestas caracter?sticas ?mpares nesta liga??o dial?ctica e complementar da ac??o de massas e da ac??o institucional, enquadrada na nossa ac??o pol?tica geral, que o nosso Partido pode corresponder aos desafios e ?s batalhas que se nos colocam neste ano de 99.Face ao perigo mais pr?ximo do pacote laboral que o governo do PS agendou na Assembleia da Rep?blica para Mar?o e Abril, coloca-se ao nosso Partido a tarefa de esclarecer, alertar e mobilizar os trabalhadores face ? gravidade das propostas legislativas.E daqui apelamos a todos os militantes, amigos do Partido, a todos os democratas, para corresponderem ? convoca??o da CGTP-IN, a grande central sindical dos trabalhadores portugueses, que daqui queremos saudar, participando na grande manifesta??o nacional de 25 de Mar?o. Que expressem inequivocamente a exig?ncia da retirada deste grave pacote laboral, que exijam do Governo e do PS que n?o transforme a pr?xima gera??o de trabalhadores num ex?rcito de m?o de obra precarizada, com emprego parcial, com menos seguran?a social, com menos f?rias e subs?dio de f?rias. Que expressem e demonstrem, no 25? anivers?rio da revolu??o libertadora do 25 de Abril, onde se reconquistou a liberdade e se conquistaram direitos fundamentais dos trabalhadores, a validade e actualidade desses direitos como factor de progresso e avan?o da civiliza??o humana.
A necessidade e import?ncia do refor?o da CDU
Com a consci?ncia que ser? a luta dos trabalhadores a determinar os resultados e os desfechos legislativos, certos que os trabalhadores mais uma vez contar?o com o PCP, h? que dizer que o Governo e o PS n?o mudar?o de rumo nem de pol?tica, que persistir?o agora ou mais ? frente, com este ou com outro pacote laboral, se os trabalhadores virem no PCP t?o-s? a for?a pol?tica que melhor luta e melhor combate pelos seus interesses e que melhores propostas apresenta.? importante e honroso que os trabalhadores pensem nisso. Mas ? insuficiente.Os trabalhadores e os portugueses precisam de um PCP mais influente, com mais for?a pol?tica e eleitoral, capaz de travar com eles todas as lutas; mas tamb?m de um PCP com for?a bastante para alcan?ar um rumo diferente para o pa?s, uma viragem ? esquerda na pol?tica nacional.Por isso ? da m?xima import?ncia que mais portugueses compreendam que se est?o a prejudicar a si pr?prios de cada vez que separam as elei??es do que acontece e do que pensavam no intervalo entre elei??es e de cada vez que voltam a votar naqueles mesmos de cuja pol?tica t?o amargamente se queixavam em anos anteriores.A esses portugueses vamos dizer que nos sentimos muito honrados por ser sobretudo para n?s que se voltam na hora das afli??es e das queixas causadas por uma pol?tica que agride os seus interesses, por ser de n?s que mais esperam solidariedade, interven??o e apoio ?s suas lutas, aos seus problemas e ?s suas reivindica??es, a tal ponto que n?o ? caso raro haver portugueses que nunca votaram em n?s e, no entanto, s?o logo os primeiros a estranhar se, por acaso ou dificuldade, nos atrasamos ou n?o prestamos a devida aten??o aos seus problemas.A esses portugueses vamos dizer que, como sempre fiz?mos, na hora de prestar solidariedade, de dar voz aos que n?o se conseguem fazer ouvir, de ajudar na resist?ncia ?s injusti?as e prepot?ncias, n?o perguntaremos como cada um votou nas elei??es, porque para n?s o que conta ? a justi?a das causas e a raz?o das reivindica??es.Mas a esses portugueses teremos tamb?m de dizer, de olhos nos olhos e de cora??o aberto, que, se na hora das elei??es n?o votam em n?s, ent?o n?o podem esperar que, na hora das afli??es, n?s tenhamos a for?a e a influ?ncia que muita falta fariam para melhor os defender.? da m?xima import?ncia que desta vez haja mais portugueses que compreendam que o dito "voto ?til" no PS por medo do regresso da direita n?o passa de um grande logro que sem d?vida ? muito ?til para o PS que recebe os votos mas que n?o ? nada ?til para quem lhos d?; que haja mais portugueses que sejam capazes de compreender que, se nas elei??es de 95, em que o PS teve 43% dos votos, o PSD 34% e a CDU 8,5%, se o PS tivesse tido 38% e a CDU 13%, a direita teria sido na mesma afastada do poder mas, nesta legislatura, o PCP teria pesado muito mais e influenciado muito mais para uma pol?tica melhor para Portugal e para os portugueses; que haja mais portugueses que desta vez compreendam melhor que falamos inteiramente verdade quando afirmamos que, para quem n?o quer a direita no governo e para quem quer uma pol?tica realmente de esquerda, n?o h? voto mais ?til, mais eficaz e mais seguro que o voto na CDU.? da m?xima import?ncia que desta vez haja mais portugueses que compreendam que toda essa conversa sobre "os partidos serem todos iguais" e "todos quererem um tacho" pode ser uma boa desculpa para quem n?o quer mudar nada e sobretudo n?o tem a coragem de mudar de voto, mas ? sobretudo uma generaliza??o sem fundamento que acaba por beneficiar e absolver os que t?m culpa e acaba por castigar os que n?o t?m culpa porque s?o de facto diferentes; porque temos esperan?a de que haja mais portugueses que, dispondo-se a fazer a compara??o verdadeira entre o que n?s somos, o que n?s fazemos, o que n?s servimos, o que n?s propomos, as causas que n?s defendemos e o que a direita e o PS s?o, fazem, prop?em e a quem servem, concluam acertadamente que, de facto, somos a esquerda que faz a diferen?a e tamb?m somos a diferen?a que faz a esquerda.Temos a esperan?a ? e sobretudo trabalharemos para isso ? que desta vez haja mais portugueses que compreendam que, num quadro em que a "AD" por mais que, hipocritamente, se diga convertida aos grandes problemas sociais e aos dramas dos pobres, humilhados e ofendidos, n?o tem hip?tese de vit?ria e num quadro em que o PS claramente anuncia que quer continuar com a mesma pol?tica, ent?o s? o refor?o do PCP e da CDU ? que poder? ser o grande sinal e o mais forte impulso sa?do dos resultados eleitorais, para ajudar a uma viragem ? esquerda na pol?tica e no governo do pa?s.Temos a esperan?a ? e sobretudo trabalharemos para isso ? que, desta vez, tantos e tantos portugueses que est?o desiludidos e frustrados com a pol?tica do PS, ainda que podendo n?o apoiar ou n?o concordar com tudo o que propomos ou defendemos, possam compreender que, no panorama eleitoral existente, ? o refor?o da CDU que pode fazer estremecer e sacudir este p?ntano de rotativismo e consenso entre PS e PSD, que ser? o refor?o da CDU que mais doer? ? pol?tica de direita e mais a castigar?, que ser? o refor?o da CDU que melhor pode abrir perspectivas de mudan?a, porque ? na ?rea da CDU que est? a influ?ncia social e pol?tica, a presen?a nas lutas e no movimento social, a interven??o nas institui??es e o patrim?nio de propostas e energias transformadoras que mais pesar?o na evolu??o dos acontecimentos.Neste virar do s?culo em que as for?as produtivas registam um grande desenvolvimento, em que as conquistas cient?ficas e t?cnicas s?o marcantes, a humanidade continua sem resolver os problemas da fome, das chagas sociais mais chocantes, do desemprego massivo a que s?o condenados milh?es e milh?es de homens e mulheres.A fant?stica concentra??o de riqueza e as gigantescas fus?es e concentra??es s?o acompanhadas de grandes ofensivas no sentido da precariza??o do emprego e da liquida??o de direitos conquistados com sacrif?cios sem conta por gera??es de trabalhadores.Os dogmas do neoliberalismo e as exig?ncias dos mercados financeiros s?o apresentados como a ?ltima verdade a quem os povos e as na??es se devem submeter.? nesta l?gica que hoje cerca de metade da economia mundial se encontra numa profunda crise, com uma brutal diminui??o do n?vel de vida e em que a outra metade est? suspensa pelo que pode vir a suceder se rebentar a imensa bola especulativa de Wall Street.? um absurdo que a dois passos do pr?ximo mil?nio a vida de milh?es de seres humanos esteja dependente dos caprichos e dos ego?smos do capital financeiro e da roleta da especula??o bolsista.N?s continuamos a pensar que a caminho do s?culo XXI o homem n?o est? condenado a tais amea?as e regress?es sociais.A luta pela transforma??o social e pela emancipa??o humana nos espa?os nacionais e a n?vel internacional em converg?ncia e complementaridade de esfor?os das diversas for?as comunistas e progressistas ? mais necess?rio que nunca.Mais necess?rio do que nunca tamb?m para dar combate aos projectos e golpes que procuram pelos mais diversos meios limitar e desfigurar a democracia e expropriar a soberania popular atribuindo aos mercados e ao capital financeiro a tutela sobre os povos, os trabalhadores e as decis?es nacionais.Seguros do papel que desempenhamos, sem triunfalismos ou arrog?ncias, este Partido ? Partido Comunista Portugu?s ? saber? honrar os seus compromissos com o povo e os seus deveres internacionalistas e tudo far? para dar mais for?a ? dimens?o humanista e revolucion?ria dos ideais do comunismo e ?s grandes causas da justi?a social, da liberdade, da democracia e do socialismo.Viva o PCPViva a JCPViva Portugal
 

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