Partido Comunista Português
Futuro do futebol profissional na Europa - Declaração de voto de Ilda Figueiredo no PE
Quinta, 29 Março 2007
O relatório tem muitos aspectos positivos, embora tenhamos dúvidas sobre a redacção final de alguns pontos.
Consideramos que é preciso ter em conta a forma como se aborda o futebol profissional. Não se pode reduzir tudo ao quadro de competição organizada, deixando de fora as questões mais importantes do futebol, como um jogo e o seu contributo para o desenvolvimento da capacidade de antecipação, imaginativa, associativa e criativa, nas crianças e nos jovens, especialmente no conhecimento e tomada de consciência de si próprios e dos outros, através de si próprios.
A divisão artificial entre desporto profissional e desporto amador (este conseguido em certas modalidades, mesmo num quadro competitivo, no qual os praticantes têm uma profissão e uma actividade remunerada diferente) ignora os direitos que, naturalmente, têm de derivar dos deveres inerentes a este tipo de actividade desportiva perante os clubes, as massas associativas, as respectivas direcções, as associações desportivas, as regras e as normas e estruturas do futebol profissional. Esta é uma realidade presente, e enquanto ela existir não podemos meter a cabeça na areia nem tomar os desejos por realidade.
Por isso, temos o dever de contribuir para criar condições, sem paternalismos, para que os seus profissionais possam defender os seus direitos, tendo em conta que correm todos os riscos também inerentes a uma actividade de desgaste rápido e exclusão social prematura.