Partido Comunista Português
Expiração do Acordo da OMC sobre têxteis e vestuário - Intervenção de Ilda Figueiredo no PE
Quarta, 23 Fevereiro 2005

É positivo que, finalmente, se faça aqui este debate, mas lamento que o mesmo não tenha acontecido ainda durante os últimos meses do ano passado, antes da liberalização, como propus. Está em causa o estratégico sector têxtil, com grandes potencialidades no futuro, que pode dar um enorme contributo para a coesão económica e social, sendo urgente a sua defesa na óptica de fileira produtiva, com um programa específico. Se assim não for, acontecerá o contrário, com mais desemprego e bloqueios ao desenvolvimento.

Nos países de economia mais débil, onde as indústrias têxteis e de vestuário têm maior implantação, como acontece no norte e centro de Portugal, há já um preocupante crescimento de licenças de importação emitidas relativamente à China, sobretudo nas categorias de produtos que maior sensibilidade representam para a indústria portuguesa, designadamente: T-shirts; camisolas de lã; calças; blusas de senhora e meias, além de toda a preocupação com os têxteis-lar importados de outros destinos, como a Índia e o Paquistão.

Assim, em nome da defesa do emprego e da indústria, é urgente aplicar a cláusula de salvaguarda, dado que esta só terá efeitos positivos se for rapidamente usada.