Partido Comunista Português
Seguimento da Declaração de Berlim - Intervenção de Pedro Guerreiro no PE
Quarta, 28 Março 2007
A Presidência alemã procura realizar, dir-se-á a "toque de caixa", a sua agenda para a União Europeia, instrumento que molda à medida das suas crescentes ambições.
Com a pompa e a circunstância possíveis, a "declaração de Berlim" é tão só uma etapa desta estratégia que aponta como objectivo a inaceitável recuperação dos conteúdos essenciais da já rejeitada "constituição europeia", até 2009.
Mas verdade seja dita, apesar dos esforços das "elites" para engrandecer o evento, o que mais sobreveio foi a sua artificialidade e o total afastamento por parte dos diferentes povos no assinalar dos "50 anos" do Tratado de Roma.
Um sinal dos tempos, que evidencia o quanto a União Europeia está em contradição com os interesses e aspirações dos diferentes povos da Europa (e do Mundo).
Aliás, as forças dominantes da integração capitalista europeia tem plena consciência desta crescente contradição, daí que o conteúdo da "declaração de Berlim" seja tão só, em nossa opinião, uma operação de instrumentalização de justos anseios dos diferentes povos dos países da Europa, que nada tem a ver com os reais objectivos e políticas concretas da União Europeia e a dura realidade que lhes é consequente.