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Encontro
Nacional do PCP de micro, pequenos e médios empresários - Intervenção
de Agostinho Lopes
Encontro
Nacional do PCP de micro, pequenos e médios empresários - Intervenção
de Carlos Carvalhas, Secretário-geral
19 de Janeiro de 2003
Lisboa - Hotel Roma – Sala Veneza
Declaração
1. O Encontro sublinha
a importância
das teses políticas do PCP sobre a integração dos pequenos
e médios empresários numa vasta frente social em defesa e pelo
aprofundamento da democracia (Estatutos do PCP), a organização
económica mista, parte integrante do projecto de democracia avançada
que defendemos (Programa do PCP), a necessidade de o PCP e as forças
de esquerda impulsionarem o desenvolvimento orgânico independente
desta
camada, apoiarem as suas lutas e reivindicações justas, e assumirem
uma maior expressão institucional dos seus interesses de classe
(Resolução
Política do XVI Congresso), e das orientações e objectivos
programáticos traçados (Programa Eleitoral 2002).
2. O Encontro denuncia
a política
de direita levada a cabo nos últimos anos por governos do PS e do PSD,
e em particular pelo actual Governo PSD/CDS, como tendo a principal
responsabilidade
pela situação aflitiva em que se encontram as micro, pequenas
e médias empresas (mPME). Política que, através das suas
dimensões orçamental, fiscal, financeira, de investimento (ajudas
ao investimento de origem comunitária e nacional), de concorrência,
prossegue um inaceitável caminho de estrangulamento económico
das mPME, como contrapartida a uma política de privilégios e benesses
para os grupos do grande capital financeiro nacional e estrangeiro.
O Encontro reafirma o profundo erro económico e o
absurdo
político da gestão orçamental seguida, de obediência
cega ao Pacto de Estabilidade.
3. O Encontro afirma
que o combate
em defesa dos interesses de classe dos micro, pequenos e médios
empresários
passa, incontestavelmente, pela luta contra a política de direita do
actual Governo PSD/CDS. O que exige:
- O desenvolvimento de um associativismo de classe que, com
clareza, assuma
a segmentação do empresariado português, com oposição
e diferenças nítidas, entre os interesses económicos
e sociais dos micro, pequenos e médios empresários e os interesses
do grande capital;
- A importância da intervenção e iniciativas políticas
capazes de potenciar a inserção desta vasta camada social na
convergência de forças sociais e políticas que combatam
a política de direita do Governo PSD/CDS.
4. O Encontro
considera que
os actuais problemas e dificuldades que os mPME enfrentam, têm
respostas.
Não são respostas, o incumprimento das normas
fiscais e ambientais. Não são respostas, políticas que
insistem na solução da mão-de-obra barata, precária
e sem direitos que a generalidade dos outros partidos e confederações
do grande capital propõe.
São ideias centrais dos caminhos para responder a
esses
problemas:
- Estabelecer regras e normas que travem a voracidade financeira,
de mercados
e de fundos públicos (comunitários e nacionais), do grande capital
português e internacional;
- Apoiar de forma privilegiada o tecido económico das nossas micro,
pequenas e médias empresas;
- Defender, no quadro das regras comunitárias, o mercado nacional
e a produção portuguesa;
- Dar outra força e operacionalidade à intervenção
dos serviços de fiscalização do aparelho do Estado junto
das unidades económicas dos grandes grupos e nas importações.
5. O Encontro concluiu
pela
necessidade de o PCP reforçar a atenção a esta camada social:
- No desenvolvimento do trabalho de organização e intervenção
partidárias dos micro, pequenos e médios empresários
comunistas;
- Na iniciativa política junto das suas associações
de classe;
- No reforço da intervenção institucional, nomeadamente
na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, em defesa dos
seus
interesses económicos e sociais.
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