Como seria de esperar, posto o sismo eleitoral de 20 de Fevereiro, as autárquicas surgem em todo o esplendor. Até na medida em que o eng. Sócrates resolveu impor que as navalhadas constitutivas do novo Executivo sejam carbonariamente secretas. Como ainda está tudo muito escorregadio, estas primeiras incursões têm o incomparável sabor da precipitação e desorientação. O meu amigo Prado Coelho, pletórico de intervenção intelectual sartriana, resolve aconselhar o PS. Ele que lance Manuel Maria Carrilho à pugna lisboeta (o ex-ministro da Cultura, informa, "vem reflectindo sobre a cidade em geral", o que é interessante) e Elisa Ferreira para o Porto. Esta é nada mais nada menos que "inteligente, competente, simpática, com interesses culturais mas também desportivos". O Eduardo é esperto, sabe que o futebol é relevante no Porto, só que o "mas também" é verdadeiramente mortal... Mas há melhor. A vereadora lisboeta com o imperial nome de Eduarda Napoleão diz que "todos os projectos concretizados e em curso - o esforço de modernização administrativa; a reestruturação dos serviços municipais; a reabilitação urbana, o túnel do Marquês; o Parque Mayer; o condicionamento de trânsito nos bairros históricos, só para nomear alguns dos mais mediáticos - (...) foram integralmente concebidos, traçados e conduzidos por Santana Lopes". Mais parece uma denúncia à PGR que outra coisa, mas enfim... Razão acaba por ter o presidente dos autarcas sociais-democratas Manuel Frexes implora que se calem todos até as coisas acalmarem...