Partido Comunista Português
Missões de observação eleitoral da UE: objectivos, práticas e desafios futuros - Declaração de voto de Pedro Guerreiro no PE
Quarta, 07 Maio 2008
Este relatório de iniciativa do PE não deverá ser encarado de forma isolada, pelo contrário, ele é um elemento integrado na Política Externa e de Segurança Comum da UE.

Daí salientarmos que este está imbuído de uma atitude de sobranceria e de auto-elogio, de que é exemplo a auto-consideração da UE como "líder" no domínio da observação internacional de eleições.

É tendo por base esta atitude de "superioridade" dos ditos "valores" e conduta da UE, que, não poucas vezes, se procura utilizar as missões de observação eleitoral como um instrumento de pressão e de ingerência nos assuntos internos de países, prioritariamente, daqueles que insistem em projectos de desenvolvimento alicerçados na afirmação da soberania e independência nacionais.

Senão vejamos, o que efectivamente se pretende com uma dita "estratégia comum e global de promoção da democracia" por parte da UE? O que se pretende com o financiamento, por parte da UE, dos parlamentos nacionais e dos partidos políticos noutros países? A resposta tem-na dado a própria realidade. Trata-se da tentativa de imposição do modelo único (o capitalismo) aos povos. Um modelo que sirva os interesses da intensificação da exploração, a imposição da liberalização do comércio internacional, que aceita sacrificar o progresso dos povos e o desenvolvimento dos países aos interesses das multinacionais.