Partido Comunista Português
Pergunta ao Governo sobre a situa??o na Grundig Ind?stria de Portugal
Sexta, 25 Setembro 1998

Senhor Presidente,Senhores Deputados,Senhor Secret?rio de Estado,A Grundig Ind?stria Portugal, sedeada em Braga, procedeu a um despedimento colectivo de 500 trabalhadores, em Maio de 1997, apresentado como consequ?ncia inevit?vel do processo de reestrutura??o na produ??o de audio hi-fi.Passados 2 meses, j? a Grundig dizia que a sua actividade n?o tinha perspectivas de continuar para al?m do final de 1998. Por?m, a empresa estava a tentar encontrar uma solu??o para garantir a continuidade dos postos de trabalho existentes.A "solu??o" encontrada foi a de um acordo de "transmiss?o de actividade" para uma empresa norueguesa - a OEM - que desenvolveria novas actividades para manter os empregos de hi-fi, e ? qual ficaria vinculado o pessoal da Grundig.Enquanto os trabalhadores e as suas organiza??es tiveram conhecimento da m? reputa??o da OEM, que deixara um rasto de d?vidas, a Grundig, em Dezembro de 1997, anunciou que conclu?ra as negocia??es com aquela empresa, com a venda de edif?cios do Complexo Industrial de Braga e a transmiss?o da actividade e dos trabalhadores, a partir de 1 de Janeiro de 1998.Mas este cen?rio come?ou a desmoronar-se:

  • a implementa??o de novas actividades ia sendo adiada de m?s para m?s;
  • as medidas da administra??o iam destruindo sistematicamente o processo de produ??o do audio hi-fi;
  • as d?vidas a fornecedores avolumaram-se, com o corte de fornecimento de materiais e paragem da produ??o;
  • os sal?rios passaram a estar em atraso, com a administra??o a utilizar argumentos contradit?rios e mentiras descaradas.Este clima de aut?ntico terrorismo psicol?gico levou as ORT's a averiguarem os pormenores do "neg?cio" entre a Grundig e a OEM, tendo-se ficado a saber que o projecto de instaura??o da OEM em Braga nunca fora apresentado ?s autoridades competentes, nem havia garantia de apoio pelo Governo.Mas existia, sim, a obten??o, de forma irregular, de subs?dios da ordem dos 155 mil contos, com um "projecto" da OEM, em Estarreja, que nunca chegou a arrancar.E a "transmiss?o da actividade" da Grundig para a OEM n?o est? celebrada em qualquer escritura p?blica.Da? que as Organiza??es Representativas dos Trabalhadores afirmem que "a Grundig pretendeu ludibriar os trabalhadores" e praticou uma "aut?ntica vigarice".? obvio que o Governo n?o est? em condi??es pol?ticas de "lavar as m?os", neste processo.Atrav?s da comunica??o social, soub?mos que o Senhor Secret?rio de Estado garantiu aos trabalhadores da Grundig que est?o em curso negocia??es com vista ? manuten??o dos postos de trabalho.Todavia, s?o inevit?veis as seguintes perguntas:1? - Como vai o Governo assegurar, caso a OEM cesse a sua actividade no fim deste ano, o futuro de 180 trabalhadores transferidos da Grundig para a OEM, com o apoio do ent?o Ministro da Economia, Augusto Mateus?2? - Est? o Governo a acautelar que os financiamentos ? GARP-Grundig Auto R?dios de Portugal, FCL - Festhe componentes Lda, ARP-Blaupunkt, sejam concedidos s? em caso de estas empresas, que t?m liga??o org?nica entre si, assegurarem a absor??o dos trabalhadores do hi-fi?Disse.
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