Partido Comunista Português
Comércio de matérias-primas e mercadorias - Declaração de voto de Pedro Guerreiro no PE
Segunda, 19 Maio 2008
Não partilhamos da visão em relação ao comércio de matérias-primas contida no relatório.

Não estamos de acordo com a crítica a países terceiros pela definição de políticas e de medidas introduzidas "para criar obstáculos ao acesso livre e equitativo às matérias-primas (...), que impedem as empresas (!) da UE de acederem às matérias-primas e mercadorias". O direito soberano de cada país decidir da utilização das suas matérias-primas ou do comércio das suas mercadorias é inalienável. É ao povo de cada país que cabe decidir sobre a utilização dos seus recursos e da riqueza criada.

O que o relatório não refere é que é no modelo neoliberal da UE que reside o real problema. Imbuída de ambições neo-colonialistas, procura remeter muitos países à condição de produtores de matérias-primas para os países da UE, utilizando a tecnologia e o domínio e controlo dos mecanismos de mercado - incluindo a especulação financeira -, para promover a dependência económica e a exploração pelas transnacionais.

O que se impõe é uma profunda ruptura com o modelo económico e social imperante, eliminando as relações dominador/dominado ou explorador/explorado, defendendo a soberania nacional, desenvolvendo as potencialidades económicas de cada país e a complementaridade solidária das suas relações externas, produzindo para satisfazer as necessidades dos povos, preservando o planeta.