Embora o relatório do Parlamento Europeu seja melhor do que o texto da Comissão Europeia, a verdade é que aqui estão subjacentes algumas concepções, que consideramos negativas, sobre a evolução do ensino superior. Um exemplo é a criação de redes de agências nacionais e europeias de avaliação e acreditação - públicas e privadas - cujas avaliações e seus resultados podem ter consequências ao nível de licenças, financiamento, apoio aos estudantes e "prestígio" das instituições, embora não o explicitando claramente.

A abertura da avaliação a privados indicia a criação de um novo negócio, abrindo a porta a um maior influência do capital nas instituições, nos seus programas, objectivos e estratégia social.

Poderá ser criada uma teia de interesses entre as agências, os Estados, as instituições e os poderes económicos em cada país, com o objectivo de assegurar critérios de avaliação que favoreçam a melhor avaliação possível das suas instituições e prejudiquem as instituições e os sistemas de Ensino mal classificados. Assim, poderão favorecer a predominância de critérios económicos, valorizando determinadas "qualidades" e ajudando a criar ainda mais dificuldades a quem já as tem - para além de desrespeitar a dimensão nacional e pública do ensino superior - acentuando a tendência de elitização e de mercantilização do ensino superior na Europa.