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AR discutiu e votou propostas do PCP de reforço de verbas no Orçamento de Estado para 1999 destinadas às comunidades portuguesas - Nota da Direcção da Organização na Emigração do PCP |
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Quinta, 10 Dezembro 1998 |
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Em conformidade com os compromissos assumidos publicamente, o Grupo Parlamentar
do PCP apresentou, para discussão na especialidade, propostas de reforço de
verbas no Orçamento de Estado para 1999 nas acções dirigidas à nossa diáspora.
Estas propostas com incidência na difusão da cultura e língua portuguesas e
no Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) tiveram destinos diferentes:
- A proposta de 300.000 contos de reforço de verbas para a difusão da cultura e língua portuguesas, apresentada pelo PCP, foi rejeitada, tendo os deputados do PS votado contra, abstendo-se os do PSD e do PP.
Lamentavelmente fica mais uma vez adiado, por responsabilidade destes 3
partidos, o indispensável reforço de investimento nesta área, essencial
ao fortalecimento dos laços da emigração portuguesa, sobretudo das
gerações mais jovens, com Portugal. A proposta do PCP, não sendo a
verba suficiente para esse objectivo, pretendia dar a oportunidade de
um sinal positivo que invertesse a actual situação.
O insuficiente investimento do Estado português no ensino da língua
portuguesa e na promoção da nossa cultura nas nossas comunidades no
estrangeiro contrasta ainda mais vivamente neste momento com a
valorização da língua e da cultura portuguesas no Mundo que é
impulsionada pela merecida atribuição do Prémio Nobel da Literatura a
José Saramago.
A posição tomada pelo PS, PSD e PP torna mais evidente e chocante o
contraste entre o seu discurso para os emigrantes e a sua prática
política.
- A proposta de 26.000 contos de reforço de verbas para o CCP, apresentada pelo PCP - secundada posteriormente por uma outra proposta do PSD com o mesmo valor - foi aprovada
com a abstenção do PS. A proposta do Governo contemplava a ridícula
soma de 36.500 contos para suportar toda a actividade do CCP, revelando
mais uma vez o seu propósito de negar a este órgão e aos seus 100
conselheiros os meios para exercerem dignamente a sua função de
representação da diáspora junto do Estado Português, e procurando antes
convertê-lo numa câmara de ressonância e de legitimação da sua política.
A totalidade da verba agora aprovada - 62.500 contos - visa responder
positivamente à proposta do Conselho Permanente do CCP, que assumiu ser
aquele o valor indispensável para um funcionamento minimamente condigno
e eficaz das várias estruturas deste órgão.
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