|
Assinala-se hoje o Dia Internacional da Água e esta é
uma oportunidade que deverá servir aos portugueses para reforçar a consciência
da transcendente importância deste recurso para o nosso futuro colectivo.
O PCP tem razões para estar
confiante de que esta questão é já assumida positivamente pela
generalidade da nossa população e constata a sua progressiva
disponibilidade para a necessária poupança e preservação
deste elemento essencial à vida.
O PCP manifesta a sua maior
preocupação pelo enquadramento político que deveria dar e não
dá suporte à coerente política da água de que o País carece.
Apesar de ter considerado no seu
"Programa Eleitoral" a problemática da água
"como a questão mais importante e estruturante da
política de ambiente em Portugal", o actual Governo deve
responder, desde já, pela sua responsabilidade nas gravíssimas
omissões que caracterizam a actual situação.
Onde estão os prometidos Plano
Nacional da Água e os Planos de Bacia, que constituem
instrumentos indispensáveis à racionalização da gestão da
água e a apregoada e necessária descentralização e
desburocratização e o desmantelamento da altamente centralizada
e burocratizada estrutura de gestão da água?
Onde está o empenhamento revelado
na resolução dos graves atrasos ainda existentes em
infraestruturas de base, que, ao que parece, não é comandado
pelas carências realmente registadas, mas sim, pelo obsessivo
cumprimento da convergência nominal?
Onde está a cobertura
laboratorial do País tão necessária à vigilância e
protecção da saúde humana e ambiental, objectivo, também,
posto em causa pela fúria privatizadora do Governo, que vem
introduzir neste sensível sector do abastecimento público a
lógica da maximização do lucro, sem quaisquer vantagens para o
consumidor, muito antes pelo contrário.
Onde está verdadeiramente demonstrada a vontade de colmatar os incomensuráveis
prejuízos derivados do atraso na construção do empreendimento de Alqueva e a
garantia da máxima valorização desta importante reserva estratégica nacional
e regional, quando se promove a redução sucessiva da área a beneficiar, quando
não se rejeita liminarmente as continuadas ingerências e o autoritarismo da
Comissão Europeia tendentes a prejudicar a valia do empreendimento e quando
se aprova, sem ninguém debater, o "Programa Específico de Desenvolvimento
Integrado da Zona de Alqueva"?
Ao assinalar o Dia
Internacional da Água, o PCP manifesta o seu empenhamento na
resolução dos principais problemas que afectam este sector e
alerta para os gravíssimos reflexos que poderão advir para o
futuro dos portugueses da prossecução de uma política que
continua a não reconhecer a água como factor essencial ao
desenvolvimento harmónico e sustentável, exigindo do Governo a
inversão dessa política e a urgente criação das medidas
necessárias à consagração de uma nova política da água que
sirva, efectivamente, o presente e o futuro de Portugal.
Exorta os portugueses a assumirem, cada vez mais, a importância de que o recurso
água se reveste para o seu futuro colectivo e a utilizarem todos os meios democráticos
para garantir a concretização das medidas capazes de viabilizar esse mesmo futuro.
|