Noite de Fado
Quarta, 25 Julho 2007

Noite de Fado com Ricardo Parreira e Fernando Alvim; Raquel Tavares; Chico Madureira; Aldina Duarte; Rosa Madeira

 

rosa
Rosa Madeira, cresceu no Cartaxo. Após ter alcançado o primeiro prémio de canção num concurso infantil, Rosa Madeira recebeu o convite para integrar o elenco da Orquestra Escalabitana onde conjuga durante alguns anos a vida de estudante com a de vocalista na orquestra.

 

Em 1980 vai para a Madeira. Canta fado pela primeira vez numa casa de fados, na Zona Velha do Funchal, a convite do proprietário e pelos aplausos recebidos, Rosa Madeira decide iniciar a carreira de fadista.

O seu primeiro contacto com o exterior aconteceria em Abril de 1981 em Jersey. Seguindo-se deslocações à Venezuela e Canárias. Em Novembro de 1985 participa num certame promocional da Madeira no Casino do Estoril. Aqui surge o convite da direcção do mesmo para uma temporada entre Fevereiro e Março. Durante esta estadia é ouvida por Beatriz Costa que a convida no fim de um espectáculo para a sua mesa onde se encontram Manuel Paião e Eduardo Damas, com quem passa a estabelecer uma relação de amizade. Surge então a oportunidade da realizar do seu primeiro trabalho discográfico a nível nacional, com trabalhos daqueles dois autores.

Em 1986 é convidada por Rodrigo para acompanhá-lo numa digressão à África do Sul. Representa novamente a Madeira na I.T.B. de Berlim e efectua uma digressão por Itália com actuações nas principais cidades.

Em 1989 participa nos Açores nas semanas culturais de Velas na Ilha de S. Jorge e em Povoação na Ilha de S. Miguel.

Entretanto surge um novo CD "Minha Ilha, meu fado".

Em 1993 participa nas comemorações do aniversário do Centro Desportivo Cultural Português em Londres.

Em 1994 é convidada para actuar no dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas em Toronto no Canadá e, em Outubro regressa a Londres.

Em 1996 Rosa Madeira é convidada pela comissão organizadora das comemorações do dia 1 de Julho, dia da Região, para actuar num concerto de Fados e Guitarras no Centro Português de Caracas acompanhada pela orquestra sinfónica da Venezuela, dirigida pelo maestro Jesus Perez Perazzo. Participam também Arménio de Melo, guitarra portuguesa, Jaime Santos, viola.

Em Novembro de 1997 grava um novo trabalho discográfico - "Destino".

Em 1997 volta a ser convidada para participar nas comemorações do dia de Portugal e da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses, num espectáculo intitulado "Saudade da Madeira - Fantasia Sinfónica", realizado no Teatro Teresa Carreño em Caracas. Neste espectáculo foi novamente acompanhada pela Orquestra Sinfónica Venezuelana dirigida pelo maestro Rafael Jimenez com a participação de Arménio de Melo na guitarra portuguesa.

Em 1998 foi convidada da Orquestra Sinfónica Venezuelana para participar no espectáculo que esta apresentou na Expo 98 no dia 5 de Junho. Este mesmo espectáculo volta a ser apresentado no Jardim Municipal do Funchal no dia 7 de Junho, onde a artista é publicamente agraciada com uma medalha da referida Orquestra. Até hoje, Rosa Madeira foi agraciada com cinco prémios prestígio.

Em 2001 grava para a Straus o seu segundo CD - "Guitarras do Meu País", impulsionada pelo seu amigo Prof. Fontes Rocha, trabalho que ele próprio produz e acompanha. Participam também neste trabalho Carlos Manuel Proença (viola) e Marino de Freitas (Baixo).

Em 2003 assina um contrato com o Casino da Madeira para participar no programa mensal Noites de Fado onde Rosa Madeira canta e tem como convidado um outro fadista.

Em 2006 grava o CD "Entre a Bruma e a Memória" com edição da Ocarina.

chicoChico Madureira iniciou a sua carreira no início dos anos setenta. Frequenta as casas de Fado, canta de forma espontânea nas rodas de amigos e aí começa a revelar os seus dotes de fadista. O carinho e aceitação do público levou-o a abraçar a carreira de fadista e passou a fazer parte do elenco das mais importantes e prestigiadas casas de Fado de então. Integrou o projecto "Opus Fado" sob a direcção musical do Professor Martinho da Assunção, realizando então diversas digressões pelo país e estrangeiro.

Chico Madureira é considerado no meio fadista como um dos mais importantes intérpretes da sua geração e ao mesmo tempo um mestre e uma grande referência para os mais novos.

Após prolongada pausa, Chico Madureira retoma a carreira devido aos pedidos e incentivos dos amigos, dos colegas e dos mais aficionados desta forma de expressão que o fadista representa como ninguém. Esta "pressão" a que o artista foi sujeito, contribuiu também para o lançamento, em Maio de 2006 do CD "Regresso".

REGRESSO não é um disco para guardar como uma revelação, mas sim como uma referência de uma das mais importantes testemunhas da História da Canção de Lisboa.

 

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Aldina Duarte, o seu fado tem a pureza dos grandes mestres... um fado singular e tocante, discreto e sem artifícios. Nas palavras da fadista: «Ter a nossa vida na mão é uma responsabilidade. Mexer com a vida dos outros é uma responsabilidade. Porque acredito que o fado, como as outras artes, pode mudar a vida das pessoas tal como mudou a minha, desde as mais pequenas até às grandes coisas, não tinha mesmo outro remédio senão gravar um disco e fazer este espectáculo».

 

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Ricardo Parreira, este é o Ricardo Parreira de tenra idade, mas já na perseguição da mestria de Carlos Paredes e António Chaínho. Ricardo Parreira não se limita a ser presença freqüente nas casas de fado e estudante do Conservatório. Outros géneros são também território para dedilhar as doze cordas, seja no concerto dos Donna Maria ou a apresentação a solo, com apenas 14 anos, no concerto «Um Porto de Fado». Nas mãos de Ricardo, a guitarra portuguesa não é só mais um instrumento. Ganha um sentido de imprescindibilidade, de ser parte integrante na música que cria que nunca teria tido forma sem o instrumento e o modo como ele o toca. Ricardo Parreira é já um mestre da guitarra portuguesa.

Fernando Alvim, o primeiro instrumento que estudou foi violoncelo, mas desde os sete anos que tocava guitarra clássica. Aos 14 anos decidiu aprender viola. Teve aulas com o prof. Duarte Costa e encantou definitivamente por aquele instrumento com EmílioPujol. A gravação original de «Pedra Filosofal» pertence-lhe. Mas os seus acordes «dissonantes» nunca se hão-de separar da guitarra de Carlos Paredes.

 

 

 

 

raquel-tavaresRaquel Tavares, se fado quer dizer destino, então que se fale de Raquel Tavares. Sente-se na voz, na atitude, na expressão e acima de tudo na coragem que tem em assumir-se como «fadista». Tudo isto não pode ser por acaso, nem pelo facto de se falar de uma artista com um enorme talento. A intuição musical, o peso e o ritmo das palavras, a contenção e a genuinidade na interpretação, sentem-se quando se ouve Raquel Tavares. Para se interpretar não basta saber cantar, colocar a voz e afinar nas notas da melodia; é importante criar, pegar na poesia e sintonizá-la com a música que também é sugerida. Sobre ela afirmou João Bonifácio: «Raquel tem como principal qualidade uma dicção extremosa e cuidada e um raro cuidado em não ceder a histrionismos. Ou seja: nada de heranças de Amália, antes a procura de uma voz própria.»