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Basta de ataques aos direitos dos trabalhadores |
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Quinta, 29 Novembro 2007 |
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Os deputados do PCP no PE rejeitaram hoje a flexigurança, votando
contra um relatório sobre os princípios comuns da flexigurança que
mantém as linhas essenciais da proposta da Comissão Europeia. Declaração de voto
Declaração escrita
Basta de ataques aos direitos dos trabalhadores - Deputados do PCP no PE rejeitam "flexigurança"
Foi hoje votado no Parlamento Europeu o relatório Ole Christensen sobre princípios comuns de flexigurança.
Os deputados do PCP votaram contra o texto aprovado porque mantém as
linhas essenciais da comunicação da Comissão Europeia visando a
desregulamentação do mercado de trabalho, a liberalização dos
despedimentos sem justa causa, a desvalorização da contratação
colectiva, a fragilização dos sindicatos e da luta dos trabalhadores.
Sobre este tema, os deputados do PCP ao Parlamento Europeu
desenvolveram um largo trabalho de denúncia da posição da Comissão
Europeia e apresentaram propostas da sua rejeição, acompanhadas de
outras com posições alternativas de defesa dos direitos dos
trabalhadores e de promoção da dignidade de quem trabalha, o que,
lamentavelmente, foi rejeitado pelos dois maiores grupos políticos do
Parlamento Europeu - PPE e PSE - onde se incluem os deputados
portugueses do PS, PSD e CDS/PP.
Assim, o texto que hoje foi aprovado, resultante do acordo desses dois
grupos políticos, mantém as linhas essenciais da comunicação da
Comissão Europeia, embora mitigado com algumas críticas e alguma
cosmética, visando atenuar os seus impactos públicos, designadamente
junto dos trabalhadores.
Mas as repetidas referências à necessidade de um "mercado de trabalho
flexível", a "regimes contratuais flexíveis" e a uma "mão-de-obra
adaptável" em nome da tão apregoada competitividade e como resposta à
"inevitável" globalização capitalista, não deixam margem para dúvidas
sobre as reais intenções na implementação deste conceito nos diferentes
Estados-Membros.
Relembrando que a flexigurança surge no contexto da Estratégia de
Lisboa, os deputados do PCP insistem na sua oposição à inclusão destes
princípios na revisão das linhas orientadoras de emprego para o período
2008-2010 e nos Planos Nacionais de Reforma. Igualmente consideram
inadmissível a utilização de fundos comunitários, como o Fundo Social
Europeu, para financiar ataques aos direitos adquiridos pelos
trabalhadores.
Sabendo-se que Portugal é um dos países com maiores taxas de pobreza,
sendo, simultaneamente, o que tem maior desigualdade na distribuição
dos rendimentos e o mais elevado nível de desemprego desde o 25 de
Abril de 1974, a concretização da flexigurança - já patente no chamado
«Relatório de Progresso do Livro Branco das relações laborais», em que
se conjugam Governo PS e Associações Patronais - teria efeitos muito
negativos no aprofundamento das desigualdades e nas condições de
trabalho e de vida dos trabalhadores portugueses.
Como afirmaram os trabalhadores portugueses na grandiosa manifestação
de 18 de Outubro, em Lisboa, convocada pela CGTP-IN, a alternativa
passa por mais emprego com direitos e melhores salários, pelo que os
deputados do PCP, solidários com essa luta, rejeitaram este relatório e
reafirmam o seu apoio à luta dos trabalhadores no combate a estas
políticas neoliberais e à intensificação da exploração capitalista.
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