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"Se fosse bom, era bom..."
Ruben de Carvalho no "Diário de Notícias"
Sábado, 12 Março 2005

Numa leitura imediata, os resultados sobre a produção televisiva portuguesa em 2004 apresentados esta semana pela Marktest motivam alguma satisfação muito perto de metade da programação dos canais abertos (44,9%) teve origem portuguesa, assim contrariando a ideia de um panorama televisivo dominado pelo estrangeiro.

Os números relativos às audiências surgem ainda mais favoráveis a produção nacional atinge mais de metade da recepção (59,5 por cento).

Tender-se-á a concluir que se dinamizou um tecido produtivo audiovisual português, que se deram passos relevantes na defesa da língua, contributos para dinamização cultural do país e outras coisas boas. Acrescentar-se-á que se diversificou a origem da produção estrangeira, se abriram os horizontes a outras cinematografias e realidades.

Tudo isto conterá alguma verdade, mas não parece, infelizmente, que haja motivos de alegria proporcionais àqueles números.

Em primeiro lugar, não é completamente esclarecedor comparar os actuais números dos canais abertos com o que com eles se passava antes da distribuição por cabo (e, de certa forma, do exponencial crescimento do DVD) é evidente que a presença portuguesa na maioria dos canais não generalistas é residual, num panorama em que o seu consumo tem manifestamente crescido.

Em segundo lugar – e claramente mais importante - interessa saber se aquele positivo crescimento em quantidade foi acompanhado pela produção nacional em termos de qualidade. Chegar à conclusão que em Portugal se produziu e consumiu mais telelixo não será seguramente motivo para grandes exuberâncias...

Se aqueles simpáticos 44,9% de produção e 59,5 de audiências correspondem essencialmente a pérolas como a "Quinta das Celebridades" e outros bigbrothers, ao inconcebível "Levanta-te e Ri", ao triste, mas aparentemente irreversível, declínio das criações de Herman José - então...

Sendo que, além do mais, certamente o futebol entra nas contas como televisiva produção nacional...

 

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