Partido Comunista Português
Aprovação da Carta de Direitos Fundamentais da UE pelo PE - Declaração de voto de Ilda Figueiredo no PE
Quinta, 29 Novembro 2007
É claro que se procura utilizar este relatório sobre a Carta de Direitos Fundamentais para branquear a recuperação do essencial da dita constituição europeia, contornando a vontade soberana dos povos da França e da Holanda, que a rejeitaram, para, desta forma, procurar evitar a futura realização de referendos em torno do agora dito tratado reformador. É inadmissível! Por isso, votámos contra.

De certo modo, é uma hipocrisia falar na defesa de direitos fundamentais, quando se procura esconder dos povos o conteúdo do tal tratado, se tenta evitar a realização de um debate aberto e esclarecedor, se quer impedir os cidadãos de se pronunciarem, através do voto, em referendos nacionais.

Mas não se pode deixar de sublinhar, mais uma vez, que a Carta tem um conteúdo redutor face a outros textos, nomeadamente a Constituição da República Portuguesa, a Carta Social Europeia, a Convenção para a Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais do Conselho da Europa, textos esses internacionalmente válidos, mais completos e com uma legitimidade reconhecida.

Por último, não se pode esquecer, que a referida Carta é sobretudo instrumental para tentar fazer passar o salto neoliberal, federalista e militarista que se pretende dar com o dito tratado reformador.