Partido Comunista Português
Declarações do Conselho e da Comissão - Conselho Europeu (Bruxelas, 15 e 16 de Junho de 2006) - Declaração escrita de Ilda Figueiredo no PE
Quarta, 14 Junho 2006

As declarações da Comissão e do Conselho provam que o próximo Conselho Europeu vai continuar a deixar de fora as medidas que se impunham para alterar aquilo que o Presidente Barroso considerou ser a "crisofilia" europeia, revelando que não querem compreender as causas das críticas dos cidadãos dos diversos Estados-Membros. Escamoteiam que a principal razão do descontentamento reside na crise social que se vive, e que a proposta de conclusões do Conselho trata apenas marginalmente, remetendo para um relatório a apresentar antes de Março de 2007. O que lhe interessa é avançar com as liberalizações, a directiva da criação do mercado interno dos serviços, a política comum de energia.

A prioridade das prioridades, que o documento das Conclusões ainda omite, mas que foi o tema fundamental e praticamente exclusivo da intervenção do Presidente da Comissão, é a questão constitucional. Insistiu no que a Comissão considera que se perde por não ter avançado o processo, esquecendo que foi o funcionamento da democracia que levou à recusa da dita constituição europeia pelos povos da França e da Holanda, o que deveria ser respeitado pelas instituições comunitárias.

Ao anunciar novas formas de propaganda, incluindo a proposta de uma Declaração sobre a Europa política, a apresentar no próximo ano, para assinatura por todas as instituições comunitárias, apenas está a prosseguir um caminho que não responde aos problemas existentes.