Partido Comunista Português
Intervenção de António Pascoal, representante em Portugal do Partido FRELIMO
Sábado, 01 Dezembro 2007
Image Seminário
África - Desafios do desenvolvimento, do progresso social e da soberania.
A denúncia do neocolonialismo, outra visão para as relações com África

 

thumb_mocambique-antonio-pascoalEx.mo Senhor Secretário-Geral do PCP
Excelentíssimos Senhores Convidados das Delegações dos Países Africanos
Minhas Senhores e Meus Senhores

É com grande honra que aceitamos o convite feito pelo PCP ao nosso Partido para debatermos o tema “A denúncia do neocolonialismo, outra visão para as relações com África”.


Passados alguns anos após as independências dos países africanos, continuam a verificar-se por parte das potência capitalistas uma tendência de prepotência no relacionamento com África.


Nas vésperas da Conferência da União Europeia/União Africana, este é pois um tema de grande importância.
Hoje, África é um vasto continente com uma fascinante área que encerra potenciais energéticos fabulosos provenientes das suas entranhas.


Do nosso ponto de vista, aspectos fundamentais para o estabelecimento de uma política clara e realista de cooperação devem ser discutidos com maior seriedade.
Os recursos africanos de valor estratégico na cena económica internacional têm que sofrer localmente o processo da sua transformação tão elaborada quanto possível, a fim de garantir que os lucros da extracção, transformação e de transporte se residenciem sem ambiguidade nos países de origem. Só assim, poderemos garantir uma cooperação económica justa.


Uma cooperação que dará lugar a interesses compartilhados de territórios diferentes e populações distintas com respeito pela individualidade e direitos básicos de cada uma das partes.
Só o regime de cooperação entre parceiros com direitos idênticos é que pode oferecer à vida comum fundamentos claros de permanência e estabilidade, excluindo definitivamente a constante tentação dos países capitalistas em manter uma relação neocolonialista com os países africanos.


Desta forma, os partidos africanos poderão desempenhar o seu papel na cena económica internacional numa posição de equidade e tornar verdadeira a expressão “África é o berço da Humanidade”.