O PCP condena a intenção da Portugal Telecom - a maior
empresa portuguesa - em despedir até 2008 cerca de 2500 trabalhadores, sendo
que, 500 seriam já no ano de 2006, chamando a atenção para o facto de os
trabalhadores estarem a ser alvo de pressões no sentido de aceitarem uma das
seguintes três situações - suspensão do contrato de trabalho, pré-reforma e
rescisão por mútuo acordo. Face a esta situação, o PCP considera que «esta
medida não está, nem pode ser desligada do processo em curso da OPA sobre a PT,
numa clara tentativa de emagrecimento da estrutura de custos da empresa
engrossando os lucros dos actuais e futuros accionistas. Confirma-se que as
primeiras vítimas deste negócio são os próprios trabalhadores» e apela à
resistência dos trabalhadores e à luta contra a liquidação de postos de
trabalho e a retirada de direitos.
Sobre a brutal
redução de 2500 postos de trabalho na Portugal Telecom - PT
Nota do Gabinete de Imprensa do PCP
Foi ontem tornada pública a
intenção da administração do Grupo PT -
a maior empresa portuguesa - em despedir até 2008 cerca de 2500 trabalhadores,
sendo que, 500 seriam já no ano de 2006. Sob o eufemismo do chamado “Plano de
Reestruturação de Activos Humanos - PRAH” a administração da PT prepara-se para
encetar uma brutal redução de postos de trabalho com as consequências que tal medida
acarreta para os trabalhadores, para a empresa e para o Estado.
Em pleno período de férias, as
organizações dos trabalhadores foram confrontadas com esta intenção da empresa
e estão a ser intimidados no sentido de aceitarem uma das seguintes três situações:
suspensão do contrato de trabalho; pré-reforma e rescisão por mútuo acordo. Ao
contrário de outros momentos, a adesão a qualquer destas situações deixa de ser
“voluntária” e passa a ser induzida pela administração, sendo que as chefias já
possuem a listagem em causa.
Face a esta situação o PCP considera o seguinte:
- No seguimento da redução desde 2001 de cerca de 6500 postos de trabalho a administração da PT pretende efectuar mais um despedimento de 2500 trabalhadores, que é - quer pelas necessidades da própria empresa (que continuamente recorre a contractos a prazo, outsourcing, recibos verdes e trabalho temporário), quer pela sua situação económica-financeira (quando se garantem 3.000 milhões de euros em dividendos para os próximos 3 anos) - absolutamente inaceitável.
- Esta medida não está, nem pode ser desligada do processo em curso da OPA sobre a PT, numa clara tentativa de emagrecimento da estrutura de custos da empresa engrossando os lucros dos actuais e futuros accionistas. Confirma-se que as primeiras vítimas deste negócio são os próprios trabalhadores.
- Apesar da privatização da empresa, o Estado continua a ter particulares responsabilidades no Grupo PT – através da Golden Share. Pelo que, se exige uma firme e decisiva oposição do Governo face a mais um despedimento colectivo.
- Dada a importância estratégica das telecomunicações, em particular da PT, para o país - onde o Estado tem a obrigação de prestação de um serviço público e universal de telecomunicações a toda a população – o PCP reafirma a necessidade do reforço do controlo nacional sobre este sector e a necessidade de uma ruptura com a política de direita que este Governo prossegue.
O PCP manifesta a sua mais
profunda solidariedade com os trabalhadores e as suas organizações e
apela à sua resistência e luta contra a liquidação de postos de trabalho e a
retirada de direitos que são seus.
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