Partido Comunista Português
Capacidade da UE para integrar novos Estados membros - Declaração de voto de Pedro Guerreiro no PE
Quarta, 13 Dezembro 2006
Relatório Stubb sobre os aspectos institucionais da capacidade da União Europeia para integrar novos Estados membros

Como sempre nos tem habituado, a maioria do Parlamento Europeu aprova um relatório que cavalga na ideia de que o alargamento da UE deverá fazer-se desde que seja garantido e mesmo aprofundado o federalismo, ou seja, desde que se garanta o domínio das grandes potências no processo de decisão da UE e, desta forma, a imposição dos interesses dos seus grandes grupos económico e financeiros.
O relatório começa por colocar a demagógica premissa de que é necessária uma reforma das instituições para garantir a "eficácia" e o "funcionamento" das instituições da UE. Depois de enunciar um cardápio de reformas, sem surpreender, chega aonde queria: à defesa da incorrectamente designada "constituição europeia".
Aliás, este relatório é esclarecedor quanto ao que, afinal, efectivamente se pretende com a retoma do chamado "processo constitucional": insistir no conteúdo da proposta de tratado já rejeitada.
Por isso lá vem a panóplia habitual de medidas que visam a centralização do poder em instâncias supranacionais dominadas pelas grandes potências: uma nova ponderação de votos e o fim da rotação das presidências do Conselho, a extensão da "maioria" qualificada, o "ministro dos negócios estrangeiros", o fim de um comissário por país na Comissão ou da unanimidade na alteração dos Tratados.
Inaceitável!