Em nome da Juventude Comunista
Portuguesa, saúdo todos os delegados e convidados ao XV
Congresso do nosso Partido.
Partido da verdade, do Progresso e Justiça Social, Partido do
Povo e dos Trabalhadores, Partido da Juventude, Partido Comunista
Português.
Na educação, a política marcadamente elitista, que elege
como objectivo central o afastamento de muitos milhares de jovens
dos mais elevados graus de ensino, que tem no Governo do PS e em
Marçal Grilo, aplicados executores.
Pois à necessidade de discutir o financiamento para a
educação, contrapõe as taxas, à necessidade de acabar com o
numerus clausus, responde com novos exames, novas fórmulas de
selecção; à necessidade de repensar a educação, de recuperar
de 16 de desgoverno Cavaquista, o Governo oferece o diálogo, só
o diálogo, nada mais que o diálogo.
Com o desemprego a crescer a olhos vistos, mesmo com o
pretenso plano de ataque do governo, a insegurança é hoje
palavra comum a jovens de diferentes origens e camadas.
A perspectiva de desemprego aparece aos jovens do Ensino
Secundário que se vêem excluidos do Ensino Superior, aos do
Ensino Superior que acabam os seus cursos, aos jovens
trabalhadores em situação precária.
Problema central para os jovens de hoje o desemprego, ou a
ameaça dele, empurram-nos para situações de trabalho
precário, com baixos salários, sem direitos e regalias, sem
nenhuma possibilidade de participação política ou sindical.
Empurram tantos outros para a exclusão social,
aprofundando-se os problemas do alcoolismo, da toxicodependência
e da marginalidade.
Se a isto juntarmos as dificuldades de obtenção de uma
habitação, a ausência de apoios na saúde ou no desemprego
podemos sem dúvida afirmar que a situação actual, não
obstante a mudança de governo, se caracteriza ainda pela a
instabilidade e a insegurança.
Contra esta situação impuseram-se as movimentações, os
pequenos e grandes protestos da juventude como processos de
notável envergadura e unidade juvenil, confirmando a juventude
como importante força social.
Força social que tem opinião, que tendo como adquiridos
direitos arduamente conquistados, faz questão de não abrir mão
deles, partilhando valores de solidariedade e fraternidade, sabe
o que quer e luta por isso.
No quadro do prosseguimento da política marcadamente
anti-juvenil pelo PS, para potenciar a grande capacidade de
intervenção da juventude, procuraremos sempre, identificando os
principais problemas e as reivindicações capazes de mobilizar
os diversos sectores, encontrar as formas de, em cada momento,
esclarecer, mobilizar e organizar.
Ao conjunto de problemas da juventude, a JCP tem respondido
com o conjunto de propostas espelhadas na Base Programática,
aprovada no V Congresso da JCP.
Desde o último Congresso do Partido, a JCP realizou com
assinalável êxito os seus IV e V Congressos, que contaram com a
participação entusiástica e revolucionária de milhares de
militantes e amigos, fazendo o balanço da sua intervenção e
perspectivando a intervenção futura.
No V Congresso confirmámos que a JCP, organização
revolucionária da juventude, alargou a sua implantação
regional e se afirmou como uma organização de âmbito nacional
e massas, organização sem paralelo na cena política e juvenil
portuguesa.
Tendo-se registado um movimento constante de adesões, desenvolveram-se
as organizações distritais e surgiram novos colectivos com
funcionamento regular e com capacidade de iniciativa o que
conduziu ao aumento do número de activistas. Não obstante,
continuam a verificar-se debilidades no conteúdo da
intervenção dos jovens comunistas o que se procura alterar com
as seguintes linhas de trabalho:
Uma profunda ligação ao movimento juvenil, que se traduza no
estímulo à intervenção dos jovens comunistas nas
associações locais, nas associações de estudantes, no
movimento sindical e noutros espaços de intervenção, tendo
como objectivos o reforço da sua capacidade e da sua autonomia e independência,
conjugado com uma importante acção institucional que reflicta
as principais reivindicações do movimento juvenil e dos jovens.
O reforço, incremento e intensificação da acção política
da JCP, em torno do nosso projecto de sociedade, da afirmação
dos nossos valores e ideais, que procurem levar aos outros jovens
as razões porque lutam e trabalham os comunistas.
A diversificação da actividade da JCP, abrindo a
organização a novas áreas e interesses, permitindo a criação
de novos espaços de participação e responsabilização de
jovens. Intervenção que permita também o reforço das
organizações do Ensino Secundário e do Ensino Superior, nomeadamente
pelo crescimento de colectivos de escola e a dinamização da
intervenção dos jovens trabalhadores comunistas junto de outros
jovens trabalhadores.
A afirmação do ideal comunista e a formação política e
ideológica dos militantes da JCP, assumindo a participação no
combate ideológico dos nossos dias, como fundamental.
De 92 para cá muitos passos se têm dado no desenvolvimento
da JCP. Contando com um núcleo activo muito dinâmico e
empreendedor, o trabalho de muitas organizações da JCP foi em
grande parte alicerçado na ajuda inestimável do Partido,
nomeadamente os seus quadros mais responsáveis.
É importante que este esforço de discussão prossiga no
Partido no sentido de alterar barreiras, preconceitos e
incompreensões, que ainda subsistem para, amparados pelo muito
que temos para aprender uns com os outros, dar passos ainda mais
significativos para o reforço de influência do Partido e da JCP
no seio da Juventude.
Conscientes, todos, de que a intervenção junto da juventude
constitui e deve de facto constituir uma prioridade do Partido,
à qual é necessário dar, a todos os níveis, mais e melhor
atenção, para agarrarmos o potencial que ainda existe e que
objectivamente constitui situação singular nas últimas
décadas, são elementos de significativa importância: o entendimento
da JCP como instrumento fundamental e privilegiado para a intervenção
do partido junto dos e com as massas juvenis; o estímulo á sua iniciativa,
autonomia e capacidade de direcção própria; a responsabilização
efectiva dos jovens e a confiança na sua intervenção; a consideração
de uma linha de trabalho, propostas, mensagem do partido para a
juventude e o recrutamento, enquadramento e responsabilização
de mais jovens de diferentes áreas.
Linhas de trabalho fundamentais para ganhar mais jovens, para
os valores progressistas e para o ideal comunista. Ganhá-los
para a luta por uma sociedade de homens e mulheres livres, onde
cada indivíduo tenha o direito de pensar, de agir, de criar, sem
medo repressão. Por uma sociedade democrática, solidária, sem
exploradores nem explorados, sem opressores nem oprimidos.
Muitos chamam a este sonho - utopia, nós chamamos futuro.
Conscientes das inúmeras dificuldades e obstáculos que se
impõem à concretização dos nosso projecto, mas também
conscientes dos inúmeros gigantescos passos que o homem tem dado
no sentido da sua libertação.
_________
Fim