Partido Comunista Português
Estatuto e financiamento dos partidos políticos a nível europeu - Declaração de voto de Pedro Guerreiro no PE
Quinta, 29 Novembro 2007
A par da tentativa de imposição do conteúdo essencial de uma proposta de tratado já rejeitada, chame-se "constitucional", "mini", "simplificado" ou "reformador", as instituições supranacionais da UE continuam a promover a criação artificial de uma dita "opinião pública europeia".

Aliás, recorde-se, tal preocupação ganhou laivos de cruzada após a rejeição da dita "constituição europeia" pelos povos francês e holandês, deitando-se mão a todos os instrumentos disponíveis - incluindo os denominados "partidos políticos europeus" e, agora, das suas fundações políticas -, para a promover a dita "formação de uma consciência europeia".

Como refere a Presidência portuguesa, o envolvimento de "todos os nossos cidadãos neste processo fascinante da construção europeia" é a "verdadeira substância", a "verdadeira causa", o "verdadeiro tema". Pelo que se deverá colocar a questão do porquê de apesar de tanto ânimo se estar a procurar evitar a realização de referendos ao tratado europeu.

Mas não é isso o que querem as forças dominantes desta UE, o que pretendem agora, entre outros aspectos, é que as dotações provenientes do orçamento comunitário possam ser utilizadas para financiar campanhas dos ditos partidos políticos europeus no âmbito das eleições para o PE, o que se poderá consubstanciar uma clara ingerência na vida política interna e no funcionamento democrático de cada país.