Relatório Kurt Joachim Lauk sobre o relatório anual 2004 do Banco Central Europeu
Declaração de Voto de Ilda Figueiredo
5 de Julho de 2005

 

Congratulo-me com a rejeição deste relatório, para o que contribuímos, dado que fazia tábua rasa dos problemas existentes na União Europeia, nomeadamente o seu agravamento depois da concretização da UEM e da introdução do Euro: recessão, uma procura interna fraca, crescimento económico baixo, a que se juntam níveis elevados de desemprego, pobreza e desigualdades de rendimento.

As receitas não podem ser mais do mesmo, nomeadamente o acelerar das ditas reformas estruturais, ou seja, a flexibilização do mercado laboral, a política de liberalizações e a privatização da segurança social. Tudo em nome da defesa da sacrossanta estabilidade dos preços, ou seja, da moderação salarial. Objectivo que tem vindo a concretizar-se, com reduções dos salários reais e a transferência dos ganhos de produtividade para o patronato.

Foi positivo que se rejeitasse uma visão estrita do Pacto de Estabilidade, ignorando a sua reforma, num autismo que tem marcas claras de classe, como acontecia neste relatório, que chegava ao cúmulo de criticar o tempo de trabalho existente na UE, comparando-o com outras regiões do globo, no apelo directo ao aumento do tempo de trabalho.